Nesta segunda-feira (23), a crise no Oriente Médio ganhou um novo capítulo com a visita do chanceler iraniano a Moscou. Enviado pessoalmente pelo aiatolá Ali Khamenei, o ministro das Relações Exteriores do Irã foi recebido por autoridades russas com um pedido claro: ajuda. O apelo ocorre dias após os Estados Unidos lançarem sua maior ofensiva militar recente contra alvos estratégicos iranianos.
No sábado (21), três instalações nucleares do Irã foram atingidas por bombardeios norte-americanos. A ação, que surpreendeu até mesmo parte da base eleitoral do presidente Donald Trump, provocou reações imediatas em Teerã e colocou o mundo em estado de alerta diante da possibilidade de uma escalada sem precedentes no conflito entre Irã, Israel e agora, potencialmente, potências globais.
Apesar de nos últimos dias o presidente Vladimir Putin ter condenado publicamente ataques israelenses, até o momento ele mantém silêncio absoluto sobre os bombardeios americanos. A ausência de um posicionamento direto acentuou as especulações sobre os bastidores diplomáticos entre Moscou e Teerã.
Ainda assim, nesta manhã, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, tentou conter os ânimos ao afirmar que a Rússia está “pronta para ajudar o Irã de várias maneiras” e que “tudo dependerá das solicitações específicas feitas por Teerã”. Segundo ele, Moscou está disposta a mediar um diálogo “sensato e seguro” entre as partes envolvidas.
Peskov também destacou que a Rússia já manifestou sua posição contrária à escalada da guerra entre Irã e Israel, considerando isso uma “importante forma de apoio” a Teerã.
Historicamente aliada do Irã, a Rússia ocupa papel-chave nas negociações nucleares com o Ocidente. Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, Moscou pode influenciar diretamente os rumos diplomáticos do conflito.
A movimentação russa, somada ao pedido direto de ajuda do líder supremo iraniano, eleva a tensão global e reforça os temores de um confronto em larga escala no Oriente Médio, agora com envolvimento direto de potências militares globais. O mundo assiste, mais uma vez, ao acirramento de forças que pode redesenhar o equilíbrio geopolítico internacional.