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Rússia classifica movimento LGBTQIA+ como terrorista

A medida foi tomada pelo Rosfinmonitoring, nesta sexta-feira (22)
Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

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O Serviço Federal de Monitoramento Financeiro (Rosfinmonitoring) da Rússia, adicionou nesta sexta-feira (22) o que descreve como “movimento LGBT internacional” à sua lista de entidades e indivíduos classificados como “terroristas e extremistas”. Essa medida vem na esteira de uma decisão da Suprema Corte, em novembro, que declarou o movimento como “extremista”, efetivamente banindo atividades de ativismo LGBTQI+ no país. As informações são do O Globo.

O Rosfinmonitoring têm poderes para congelar contas bancárias de entidades específicas mencionadas em uma lista. Segundo informações da Reuters, essa lista abrange mais de 14 mil pessoas e entidades, incluindo desde a al-Qaeda até a empresa americana Meta, além de associados a Alexei Navalny, que faleceu em uma prisão no Ártico aos 47 anos em fevereiro deste ano.

O presidente Vladimir Putin, que recentemente foi reeleito para outro mandato de seis anos, há muito tempo expressa seu apoio à “família” e à religião contra o que ele vê como um Ocidente “decadente” e até “satânico”. Desde o início da Guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, as autoridades russas também têm intensificado a repressão às minorias sexuais em paralelo à guerra.

Um exemplo recente dessa mudança radical ultraconservadora foi o anúncio feito pelas autoridades na quarta-feira (20), é de que os gerentes de um bar na região dos Urais, foram detidos por “extremismo LGBTQIA+”, agora podem enfrentar até dez anos de prisão por “extremismo” LGBT, permanecendo sob custódia. De acordo com a promotoria, durante a investigação foi descoberto que os réus: “também apoiam as opiniões e atividades da associação pública internacional LGBT, que é proibida no país”.

Embora esse seja o primeiro caso criminal desse tipo, várias pessoas na Rússia foram multadas nas últimas semanas por publicar fotos com bandeiras do arco-íris ou, no caso de duas mulheres, por postar um vídeo delas se beijando na Internet. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, conforme relatado pela Tass, afirmou não ter conhecimento de quaisquer leis no país que proíbam a exibição de símbolos do arco-íris.

Desde 2013, a Rússia possui uma lei que proíbe a “propaganda” de “relações sexuais não tradicionais” entre menores de idade. Essa legislação foi significativamente ampliada no final de 2022 para proibir qualquer forma de “propaganda” LGBT na mídia, na Internet, em livros e filmes. Em julho de 2023, os deputados russos também aprovaram uma lei que proíbe cirurgias e terapias hormonais para pessoas transgênero.