A Rumble e a Trump Media, empresa ligada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltaram a acionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Justiça dos Estados Unidos. As companhias movem, desde fevereiro, uma ação civil contra o magistrado brasileiro em um tribunal de Justiça Federal da Flórida (EUA).
Na sexta-feira (11), Moraes ordenou que a Rumble suspendesse, em até 48 horas, o perfil do comentarista Rodrigo Constantino. A plataforma de vídeos não cumpriu a decisão e oficiou a Justiça americana contra o ministro do STF. A Rumble argumenta que não pretende cumprir a decisão de Moraes por julgá-la “inválida e inexequível”.
A plataforma de vídeos alega que o conteúdo do perfil do comentarista não é violento. A Rumble também relembra que está com o acesso por usuários brasileiros bloqueado desde fevereiro de 2025, o que tornaria o pedido de remoção do perfil de Constantino “sem sentido”. Além disso, segundo a empresa, o envio dos dados cadastrais do perfil de Constantino, como solicitado por Moraes, poderia infringir leis americanas, uma vez que o comentarista obteve, em 2024, a cidadania do país.
Rumble e Trump Media miram Moraes contra uma suposta violação à soberania dos Estados Unidos. Na terça-feira (8), Moraes foi notificado sobre o andamento do processo na Justiça americana. O ofício instou o ministro a prestar esclarecimentos sobre a queixa em até três semanas. Se Moraes não responder ao pedido, será julgado à revelia.
Movimentação pós-tarifaço
A movimentação no processo neste domingo (13) é a primeira desde a crise diplomática que se seguiu após o anúncio de um tarifaço contra o Brasil. Na quarta-feira (9), após falar que o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era uma “caça às bruxas”, Trump anunciou uma tarifa de 50% para produtos brasileiros. A medida, por ora, passará a valer a partir de agosto.
Neste domingo (13), o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, respondeu o governo dos Estados Unidos em uma carta aberta. “O STF vai julgar (a ação penal contra Bolsonaro e aliados) com independência e com base nas evidências. Se houver provas, os culpados serão responsabilizados. Se não houver, serão absolvidos. Assim funciona o Estado democrático de direito”, disse Barroso. “No Brasil de hoje, não se persegue ninguém. Realiza-se a justiça, com base nas provas e respeitado o contraditório”.