O destaque da Ronda da Moda que repercutiu a semana inteira, sem dúvida, é a estreia de Pharrell Williams na Louis Vuitton. O novo diretor criativo substituiu Virgil Abloh, morto por um câncer em 2021. Pharrell lançou sua primeira coleção em Paris, na Pont Neuf.
Na passarela apareceu alguns clássicos da LV, mas longe do óbvio. A padronagem tradicional da marca apareceu em uniformes pixelados remetendo a um tipo de militarismo fashion, principal aposta de Pharrell no desfile. O street wear característico de Virgil também foi apresentado, mas com um toque de futuro, além, claro das duas tendências do momento o quiet luxury e o old money. A apresentação foi batizada de LVers (uma brincadeira com as iniciais da marca francesa e a frase do estado Natal de Pharrell, “Virginia is for lovers”).
A semana de moda masculina foi, também, o grande evento dos últimos dias. Todas as grandes marcas de luxo para homens apresentaram as suas coleções Primavera/Verão e confirmaram o Quiet Luxury como o grande protagonista da temporada.
A Prada, por exemplo, trouxe uma alfaiataria fluida, acinturada e de mangas longas, o que deu o tom artístico ao desfile. Com o intensivão de bermudas de alfaiataria para homens, muito vistas nos últimos tempos, a maison mais uma vez expande o ponto de vista de que a moda tem a nova responsabilidade de trazer peças “agêneros”.
Os coletes e os sobretudos também foram destaque na passarela, com um toque que é adorado pelos homens: cheios de bolsos. A gola V no paletó também foi uma linha bem explorada, trazendo de volta o traje anos 1940 (uma ótima época, inclusive, para os sobretudos).
O plasma verde também ressaltou a atenção dos convidados, pois, enquanto os modelos apresentavam as roupas, uma gosma verde caia do teto ao chão, mas sem criar uma estética “suja”, pelo contrário, mostrando uma transparência sobre uma moda honesta e sem grandes rodeios.
A Dolce & Gabbana também apresentou sua coleção em Milão. A label desfilou uma coleção com 76 peças, fiel a sua identidade, com um imaginário que foi construído ao longo do tempo e sobre o qual Domenico Dolce e Stefano Gabbana trabalharam para realizar esse novo repertório.
As roupas da estação trouxeram leveza e depojamento. A alfaiataria poderia, tranquilamente, ser usada em um chá da tarde no verão europeu, assim como outros itens íconicos da moda masculina que, apesar da simplicidade, vieram providas de muito estilo.