Repórteres teriam denunciado jornal por associar Dino à “dama do tráfico”

Uma denúncia registrada no Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF) trouxe à tona acusações, ainda não confirmadas, contra a editora de Política do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), Andreza Matais. A reportagem foi publicada pela Revista Fórum.

A documentação, catalogada como Notícia Fato no MPT-DF, descreve um suposto assédio e obrigatoriedade direcionada a repórteres recém-contratados, forçando a publicação de reportagem vinculando o ministro da Justiça, Flávio Dino, a uma mulher, Luciane Barbosa Farias (foto em destaque), apelidada pelo jornal como a “dama do tráfico” do Amazonas. Luciane é casada com um presidiário, que cumpre pena na cadeia.

A conta da jornalista no X, antigo Twitter, foi desativada após a repercussão do caso.

Conforme trechos da denúncia protocolada, a editora teria pressionado novos colaboradores a elaborarem e divulgarem um artigo já concebido por ela, que supostamente visava prejudicar a imagem do ministro da Justiça. O MPT ainda não se posicionou sobre o caso.

A denúncia também sugeria que tal estratégia teria sido executada com a intenção oculta de favorecer a candidatura de Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), já que Flávio Dino também disputa a vaga deixada por Rosa Weber.

Embora haja os prints da denúncia, o MPT-DF ainda não se posicionou sobre a questão. O sistema é aberto para que quaisquer cidadão protocole reclamações no sistema trabalhista.

Conhecido pela atuação nas redes sociais, Samuel Pancher, que atua para o Metrópoles, questionou a veracidade da notícia para os seguidores. “É nítido que existe um movimento de retaliação a qualquer jornalista que faz denúncias sobre esse governo”, escreveu,

 

O que dizem os citados

À reportagem da Fórum, Andreza Matais negou veementemente as acusações ao afirmar que a denúncia é improcedente. Segundo a profissional, a direção de jornalismo do Estadão já encaminhou o caso ao setor jurídico, que tomará as medidas necessárias.

A Revista Fórum também entrou em contato com a presidência do Tribunal de Contas da União para obter esclarecimentos sobre o assunto, porém, não obteve retorno, conforme a publicação.