GPS Brasília comscore

Renan Calheiros diz que levará Abin paralela às cortes internacionais

Senador diz que a CPI que investigou a pandemia de covid-19 pode ter sido prejudicada
Senador alagoano era um dos alvos da Abin paralela, montada no governo de Jair Bolsonaro
Senador alagoano era um dos alvos da Abin paralela, montada no governo de Jair Bolsonaro. Foto: Pedro França/Agência Senado

Compartilhe:

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) prometeu levar o caso do monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) à Justiça, inclusive em cortes internacionais. Segundo o parlamentar, que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão do governo Bolsonaro durante a pandemia de covid-19, a atuação do colegiado pode ter sido prejudicada por uma “grampolândia” orquestrada por órgãos do governo Bolsonaro.

Em postagem no X (antigo Twitter) nesta sexta-feira (12), Renan disse que as revelações da investigação da Polícia Federal (PF) podem justificar que a Procuradoria-Geral da República (PGR) reabra apurações da CPI, que foram engavetadas pelo ex-procurador-geral Augusto Aras. “Vou entrar na Justiça, até em cortes internacionais, como assistente da acusação no escândalo Abin. A grampolândia na cúpula da CPI mostra que a investigação pode ter sido embaraçada na ação marginal de órgãos de Estado. Fatos novos para PGR reabrir partes engavetadas por Augusto Aras (ex-procurador-geral da República)”, afirmou o senador.

Neste sábado (13), ele voltou ao tema, afirmando que é preciso refundar a Agência Brasileira de Inteligência, pois ela está servindo a interesses políticos, e não ao País.

Além de Calheiros, a Polícia Federal investiga se a Abin paralela monitorou outros quatro deputados federais, três senadores, um ex-governador, dois servidores do Ibama, três auditores da Receita e quatro jornalistas. Na quinta-feira (11), a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha, que apura os monitoramentos irregulares.

Entre as provas coletadas pelos investigadores, está a gravação de uma reunião entre o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que dirigiu a Abin durante o governo Bolsonaro, e o ex-presidente. Na gravação, eles discutem um plano para anular o inquérito das “rachadinhas”, que mirou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Em novembro de 2022, nas vésperas do término do mandato de Bolsonaro na presidência, Augusto Aras pediu o arquivamento das investigações relacionadas ao relatório da CPI. Em fevereiro de 2023, a ministra Rosa Weber, então presidente do STF, contrariou o parecer e determinou a continuidade do inquérito. O caso ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).