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Recomposição do Orçamento para 2023 é prioridade, diz Alckmin

A recomposição do Orçamento para garantir a **manutenção de programas sociais e de serviços públicos** é prioridade da equipe de transição, disse nesta terça-feira (8) o **vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin**. Ele anunciou há pouco os nomes que vão compor o grupo técnico que analisará a economia na transição para o **futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva**. Os trabalhos foram repartidos entre economistas que ajudaram a criar o Plano Real e economistas ligados ao PT.

Farão parte desse grupo os economistas **André Lara Resende**, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Fernando Henrique Cardoso e um dos formuladores do Plano Real; **Pérsio Arida**, ex-presidente do BNDES e do Banco Central; o professor da Universidade de Campinas (Unicamp) **Guilherme Mello**; e **Nelson Barbosa**, ministro da Fazenda no segundo governo Dilma Rousseff.

Em pronunciamento, Alckmin lembrou que a definição dos nomes que coordenarão a transição não significa a ocupação de cargos ou de ministérios no próximo governo. O vice-presidente eleito também confirmou que **Guido Mantega**, ministro da Fazenda de 2006 a 2014, participará da transição, mas em outro grupo técnico.

Apesar de os economistas pertencerem a correntes divergentes, como liberais e desenvolvimentistas, o vice-presidente eleito e coordenador da transição disse que **as visões não são necessariamente opostas**.

>“Não são visões opostas, mas complementares. É importante ter num grupo técnico visões que se complementam, se somam. Essa é uma fase transitória para discutir, elaborar propostas, definir questões”, disse Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito.

**Bolsa Família**

Em relação ao Orçamento para o próximo ano, Alckmin disse que, nos próximos dias, sairá a definição para **recompor as verbas do Bolsa Família de R$ 600** (mais R$ 150 para famílias com crianças) e para as dotações para educação, saúde, obras e serviços públicos.

A equipe de transição discute se a autorização para estourar o teto de gastos em cerca de R$ 175 bilhões sairia via uma proposta de emenda à Constituição ou por meio de uma **medida provisória que garanta créditos extraordinários** (fora do teto) com autorização do Tribunal de Contas da União e da Justiça.

Para o vice-presidente eleito, **a questão social é a mais importante neste momento**. “_O que é mais urgente é a questão social. Garantir o Bolsa Família de R$ 600. Implementar os R$ 150 para família com criança de 6 anos. Por quê? Porque, se a gente for identificar a pobreza absoluta, a fome, onde a questão social é mais grave, afeta mais essa família com criança pequena_”, declarou.

**Outros grupos**

Alckmin assinou nesta terça as portarias que instalam o **Gabinete de Transição** e distribuem as coordenações. **Ao todo, há 31 grupos temáticos, como economia e desenvolvimento social, e comitês políticos comandados por presidentes de partidos aliados ao novo governo**. Os trabalhos ocorrerão no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.

![Centro Cultural Banco do Brasil receberá os trabalhos das comissões de transição para o terceiro mandato de Lula na presidência](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/ccbb_0dd65a07b7.png)

**A área de assistência social será comandada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS)**; pelas ex-ministras do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Márcia Lopes e Tereza Campello e pelo deputado estadual mineiro André Quintão (PT-MG).

Segundo Alckmin, os **conselhos políticos** serão compostos por representantes dos seguintes partidos: PT, PSD, PSB, Agir, PROS, Avante, Solidadiedade, PV, PSOL, PCdoB e PDT.

**Agenda**

Após a instalação do Gabinete de Transição, **Alckmin reúne-se com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, nas residências oficiais dos dois**. Em seguida, o vice-presidente eleito se reunirá com o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) e com o relator do projeto do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

**O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a Brasília por volta das 17h**. Ele passará a noite na capital e terá reuniões com os presidentes dos poderes Legislativo e Judiciário nesta quarta-feira (9). Estão previstos encontros com Lira e Pacheco.

Lula também se reunirá com os **presidentes** do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes; e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura.

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