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Radicais desobedecem a Trump e Câmara tem paralisia inédita

**A Câmara de Deputados dos EUA vive um estado de paralisia inédito** há dois dias, diante da recusa da ala mais radical do Partido Republicano em apoiar o deputado Kevin McCarthy, da Califórnia, para presidir a Casa.

Depois de **rejeitar três vezes o nome do parlamentar** na terça-feira (3), o grupo de 20 deputados – pequeno, mas **com votos suficientes para travar a escolha** – negou-se mais três vezes na quarta (4) em optar por um consenso, mesmo diante dos apelos de seu líder, o ex-presidente Donald Trump.

Diante do impasse, **a nova legislatura ainda não foi empossada**. O processo legislativo está parado, o que significa que nenhuma lei pode ser debatida, nem as comissões temáticas podem ser definidas.

**Rechaço**

Na quarta-feira, em uma tentativa de **apaziguar** os ânimos, Trump pediu à facção de extrema direita que apoiasse McCarthy, em uma tentativa de romper o impasse.

“_Está na hora de todos nossos grandes membros republicanos da Câmara votarem em Kevin, fecharem o acordo e alcançarem a vitória_”, Trump postou em sua rede social na manhã de ontem. “_Republicanos, não transformem uma grande vitória em uma derrota gigantesca e embaraçosa_”, disse o ex-presidente.

Foi em vão.** O grupo, que fez uma série de demandas consideradas irreais pela cúpula do partido**, optou em três votações por não apoiar McCarthy. As exigências incluem desde privilégios para comandar a pauta legislativa até questões ligadas ao orçamento e nomeação de postos.

![Liderança de Trump entre radicais republicanos começa a ser questionada com a rebelião no Congresso (Foto: Shealah Craighead/Official White House Photo)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Shealah_Craighead_Official_White_House_Photo_trump_c80b859981.jpg)

Antes da quinta votação, a republicana Lauren Boebert disse que **Trump chegou a telefonar para os desertores** para dizer que “_eles precisam acabar com isso_”. Boebert, que está entre os 20 republicanos que votaram em Byron Donalds – principal oponente de McCarthy dentro do partido -, disse que Trump deveria fazer o oposto: **ligar para McCarthy, dizer que ele não tem votos e deveria se retirar**.

**Paralisia**

Sem um presidente, a Câmara se torna, na prática, uma **instituição estéril**. Sem deputados empossados, não há parlamentares para dar uma resposta a uma emergência ou uma crise. Sem as regras ditadas pelo presidente, tampouco há maneiras de o processo legislativo prosseguir. Leis, resoluções e até mesmo a formação de comitês estão suspensos. Isso ocorre porque a eleição do presidente da Casa é a primeira etapa de qualquer legislatura.

Políticos dos dois partidos começaram a se preocupar com questões que vão além do dia a dia do debate legislativo. “_Como fica a ajuda aos eleitores de cada distrito?_”, questionou o republicano Billy Long, do Missouri, que deixaria o cargo na quarta por ter perdido a eleição. “_Imposto de renda, passaportes, questões do dia a dia? Eu ainda estou no cargo até que meu sucessor seja empossado? Quem está tomando conta da lojinha?_”

Alguns democratas estão ironizando a crise no partido opositor. Alguns deles até mesmo **publicam fotos de baldes de pipoca no Twitter para zombar da situação**. Mas outros começam a achar a crise nada engraçada. Alguns temem que o impasse possa até mesmo atrasar o pagamento de salários, como é o caso de Colin Allred, do Texas.

**História**

Juristas dizem que, sem um presidente, qualquer ação tomada pela Câmara **pode ser invalidada** em Cortes superiores.

Por mais de 200 anos, a Câmara usou a Constituição e uma lei de 1789 para sua organização. Este estatuto, juntamente com um precedente de 4 de março de 1869, estabelece que **o dever da Câmara de se organizar procedendo à eleição do presidente é prioritário**.

Esse precedente foi reafirmado em 7 de janeiro de 1997, quando a Justiça decidiu que **a escolha do presidente da Câmara tinha primazia constitucional sobre a votação de uma resolução para adiar a eleição do mesmo**. Dada essa história, alguns legisladores agora estão questionando se a Câmara existe. “_Na verdade, não temos uma Câmara dos Representantes_”, disse o deputado Ted Lieu, democrata da Califórnia.

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