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“Queremos ser oficiais, não apenas soldados”: indígenas cobram espaço nas Forças Armadas em encontro no STM

O encontro aconteceu durante o 21º Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do país, que reúne mais de 6 mil participantes na capital federal

Lideranças indígenas visitaram a presidência do Superior Tribunal Militar (STM), na última terça-feira (8), em Brasília, para cobrar representatividade, denunciar violações em seus territórios e exigir ações concretas de inclusão nas estruturas das Forças Armadas. O encontro aconteceu durante o 21º Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do país, que reúne mais de 6 mil participantes na capital federal.

“Estar aqui, nesse ambiente masculino, branco e europeu, nos causa desconforto. Mas ser convidada a participar deste encontro é algo muito significativo para nós e para todos os nossos parentes”, disse uma das representantes, ao destacar a importância de ocupar espaços tradicionalmente fechados aos povos originários.

Entre as principais demandas apresentadas estiveram a ampliação da participação indígena nos quadros superiores das Forças Armadas, a violência nas regiões de fronteira, o avanço do narcotráfico e a destruição ambiental. “Queremos ser oficiais, suboficiais, e não apenas soldados recrutas”, afirmou outra liderança.

O grupo também criticou a ausência de políticas efetivas de valorização das culturas indígenas nas instituições militares e pediu que os currículos das escolas das Forças Armadas incluam a história e os saberes tradicionais dos povos originários.

A presidente do STM, ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, ouviu os relatos e afirmou que pretende transformar as demandas em propostas concretas. “Assumo a responsabilidade que o Estado brasileiro tem em relação às violações históricas sofridas pelos povos originários. Não quero que isso fique restrito ao discurso”, declarou. Ela prometeu incluir representantes indígenas no Observatório Pró-Equidade, que será lançado em maio, e promover novos encontros com autoridades militares e parlamentares.

Apesar da abertura ao diálogo, as lideranças destacaram que o gesto simbólico precisa ser acompanhado de compromissos reais. “É certo que apenas esse encontro não resolverá todos os nossos problemas, mas o gesto de sentar-se para ouvir é um primeiro e importante passo”, afirmou Maria Elionice, liderança de Rondônia.

Participaram do encontro representantes da Univaja, ANMIGA, Coiab, ArpinSudeste, Apib, entre outras organizações indígenas.

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