Com a proximidade de um novo conclave — previsto para acontecer a partir do dia 6 —, cresce o interesse sobre quem pode ser escolhido para o cargo mais alto da Igreja Católica. Embora envolta em tradição e simbolismo, a escolha do papa segue regras bem definidas e alguns critérios práticos.
Segundo o Código de Direito Canônico, qualquer homem batizado, católico com menos de 80 anos pode ser eleito papa, tecnicamente. Portanto, não é necessário ser cardeal, bispo ou até mesmo padre. Se alguém de fora da hierarquia episcopal for escolhido, precisa ser ordenado bispo imediatamente para estar apto para assumir o pontificado.
Na prática, porém, desde o século 14, os papáveis são sempre cardeais, pois esses são os líderes mais experientes e influentes da Igreja, geralmente com atuação destacada em dioceses importantes ou na Cúria Romana.
Além dos critérios formais, existem habilidades e perfis que se alinham mais com o cargo. Por isso, os cardeais buscam eleger alguém com fé sólida e vida moral exemplar, experiência pastoral e de governo eclesial, capacidade de diálogo com o mundo contemporâneo e sensibilidade para os problemas sociais e espirituais da humanidade.
A eleição ocorre durante o conclave, a assembleia secreta que reúne os cardeais, que ficam isolados no Vaticano e votam até que um dos nomes receba dois terços dos votos. A decisão costuma levar em conta o perfil espiritual, diplomático e até político dos candidatos.
Nos últimos anos, cresceu a expectativa por papas que reflitam a diversidade da Igreja. A eleição de Francisco, em 2013, foi um marco: o primeiro pontífice latino-americano, que nos deixou na última segunda-feira (21). Hoje, nomes de cardeais da Ásia, África e América Latina aparecem entre os favoritos, refletindo um desejo de uma Igreja cada vez mais global.