Por Gabriel de Sousa
Com a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF), a senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) deve herdar os oito anos de mandato de Dino no Senado e está no cargo desde o início do ano após a nomeação do cabeça de chapa no Ministério da Justiça. Discreta no Congresso Nacional, ela recebeu apenas 29 votos quando se candidatou a deputada estadual pelo Maranhão em 2014. Lobato se tornou primeira suplente após uma articulação entre o ministro e o marido, que é um influente deputado estadual no Estado.
Ana Paula Lobato exerce o cargo de senadora desde fevereiro, porque Dino não chegou a ser empossado, já que foi nomeado para chefiar o Ministério da Justiça antes do início da legislatura. Caso o nome do ministro seja aprovado pelo Senado e ele seja nomeado para o STF, Ana Paula pode se tornar a primeira suplente a cumprir integralmente todo o mandato do titular da chapa desde a redemocratização.
Nascida em maio de 1984, ela tem 39 anos e é a mais jovem parlamentar entre os 81 senadores. Quando deixar o Senado em 2030, terá 46 anos.
Discreta nestes primeiros meses de mandato, Lobato ficou marcada por uma gafe no fim de setembro, durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), general Augusto Heleno, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. A senadora leu erroneamente o nome do ex-presidente da Ditadura Militar Ernesto Geisel, pronunciando “Jeisel” ao invés de “Gaisel”, que é a pronúncia correta.
Outra vez em que a senadora apareceu nas notícias da política foi em junho, quando, na esteira das críticas de governistas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ela acionou o Conselho Monetário Nacional (CNM) para pedir a demissão do economista. O movimento não trouxe resultados.
Em votações importantes do Senado, Ana Paula vota junto com o governo Lula. Ela foi favorável à reforma tributária e ao arcabouço fiscal, pautas de interesse do Executivo, e se opôs ao marco temporal, tema que a base do governo foi contrária. Mais recentemente, na deliberação da PEC que limita os poderes do STF, ela se ausentou.
Nos dez primeiros meses de legislatura, a senadora propôs seis projetos de lei, mas nenhum foi aprovado até o momento. Uma das propostas busca alterar a Lei Maria da Penha para instituir o apoio psicológico entre as medidas de amparo do governo federal para vítimas de violência contra a mulher.
Aliado de Dino emplacou Ana Paula na suplência
Ana Paula Lobato é esposa do deputado estadual Othelino Neto (PCdoB-MA), aliado de Dino no Maranhão. Quando o ministro da Justiça estava no seu segundo mandato como governador do Estado, Othelino era o presidente da Assembleia Legislativa.
A escolha de Ana Paula como suplente de Dino teria sido uma articulação feita pelo ministro da Justiça em troca do apoio de Othelino ao seu sucessor, o governador Carlos Brandão (PSB). Durante a pré-campanha no ano passado, o deputado estadual ameaçou deixar o PCdoB para integrar o PDT, partido que lançou o senador Weverton Rocha (PDT-MA) para o governo maranhense.
Também por conta das discussões pela sucessão de Dino, Weverton se distanciou de Dino e foi candidato de oposição a Dino e Brandão nas eleições maranhenses. Mais de um ano após os pleitos, ele será o relator da indicação do ministro da Justiça ao STF. A inclusão de Ana Paula como cabeça de chapa foi crucial para manter Othelino na base que apoiou Brandão, que venceu a eleição em primeiro turno com 51,3% dos votos válidos.
No início deste ano, Brandão criou uma secretaria em Brasília para abrigar Neto. Em fotos nas redes sociais, o deputado estadual aparece no Senado ao lado do ministro da Justiça e de prefeitos maranhenses.
Nesta terça-feira, 28, Othelino anunciou nas suas redes sociais que deixou a secretaria criada por Brandão e que voltaria a despachar na Assembleia Legislativa do Maranhão. Segundo o deputado, ele e a senadora irão voltar a morar no Estado.
Há nove anos, Ana Paula recebeu apenas 29 votos para deputada estadual
Em 2014, a senadora disputou as suas primeiras eleições pelo Partido Popular Socialista (PPS), hoje Cidadania. O cargo disputado por Ana Paula foi a deputada estadual, mas ela não logrou êxito e recebeu apenas 29 votos, um percentual menor do que 0,01% dos votos válidos. Em contrapartida, Othelino foi eleito com 30.196 votos.
Nascida em Pinheiro, mesma cidade do ex-presidente José Sarney, ela se candidatou a vice-prefeita do município em 2016, mas o seu cabeça de chapa, Dr. Leonardo Sá (PCdoB-MA), ficou em terceiro lugar no pleito.
Quatro anos depois, em 2020, ela conseguiu a sua primeira vitória eleitoral ao ser eleita vice-prefeita na chapa de Luciano Genésio (PP-MA), que conseguiu a reeleição no Executivo do município.
A vitória seguinte ocorreu no ano passado, quando Flávio Dino recebeu 2.125.811 votos para ocupar uma vaga no Senado (62,41% dos votos válidos) tendo ela como suplente.
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