A pesquisa Quest divulgada na manhã desta quinta-feira (17) mostrou uma posição majoritária dos brasileiros contra o aumento do número de deputados, conforme aprovado pelo Congresso Nacional no início deste mês. Segundo a pesquisa, 85% dos brasileiros são contra a ampliação de 513 para 531 parlamentares na Câmara de Deputados, enquanto 9% se dizem favoráveis e 6% não souberam ou não responderam.
A pesquisa surge no momento em que o presidente Lula precisa decidir se sanciona, veta ou não se pronuncia sobre o aumento de 18 novos deputados federais. De acordo com auxiliares, já há uma decisão do presidente de não sancionar a lei ou deixar de se manifestar, evitando confronto com o Congresso. Neste caso, caberia abrir um recurso de derrubar o veto, como já ocorreu no passado em outras medidas.
Ao analisar a pesquisa, o diretor da Quest, Felipe Nunes, afirmou que um veto de Lula impactaria sua popularidade.
“Em uma semana de vitórias políticas por conta da agenda internacional, faria muito bem à popularidade do Lula vetar o aumento de deputados. Resta saber se o governo tem condições de sustentar o custo político com o Congresso. Os ventos começam a mudar”, afirmou o CEO da Quaest.
Aumento na popularidade
Sobre popularidade do presidente Lula, o levantamento mostra que 43% dos entrevistados aprovam o atual governo. Em maio, o índice era de 40%. Essa recuperação pode ser explicada pelo confronto com Donald Trump, após a ameaça de aplicação de tarifas de 50% aos produtos brasileiros. A reação firme de Lula, com um tom considerado “moderado” pelos entrevistados, foi bem recebida pela população.
“Os números mostram que os ventos começaram a mudar e a mudança dos ventos veio da América do Norte. A população tomou conhecimento da carta enviada pelo Trump ao governo brasileiro. A população discorda do conteúdo da carta. E o mais importante, a população é altamente contrária, quase 70% dos brasileiros diz que é um erro Trump colocar tarifas no país justificando uma possível perseguição política, nesse caso ao Bolsonaro. Então, esta avaliação popular acabou dando ao Lula um certo fôlego de recuperação de sua popularidade”, concluiu Felipe Nunes.