A bancada do PSol na Câmara dos Deputados apresentou, nesta quinta-feira (8), um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a prisão preventiva e a quebra de sigilo telefônico do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). A ação ocorre após a deflagração da operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros militares que apoiavam o antigo governo.
Ex-vice-presidente, Mourão conclamou os comandantes das Forças Armadas a não se omitirem diante do que ele chamou de “condução arbitrária de processos ilegais”. O senador também expressou preocupação com os oficiais das Forças Armadas, incluindo generais, que estariam sendo alvo de supostos delitos.
O pedido do PSol tem como objetivo investigar Mourão por suposto atentado contra a democracia e o Estado de Direito. Além disso, os parlamentares de esquerda solicitam busca e apreensão de provas para evitar a destruição ou ocultamento de indícios criminosos.
No documento enviado ao ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pela operação, os parlamentares argumentam que o comportamento de Mourão representa um “risco à ordem pública” ao incentivar a base bolsonarista de forma radicalizada.
Para a imprensa, Mourão optou por não se manifestar sobre o pedido do PSol. Antes, o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) disse que pediria a cassação do congressista pelas declarações.
Após o discurso no Senado, quando defendeu a investigação pela Justiça Militar, o senador reiterou sua posição e denunciou uma “devassa persecutória” no Brasil e alertou para a possível instabilidade no país.
Parlamentares de oposição, aliados de Bolsonaro, convocaram uma coletiva de imprensa para criticar a condução dos processos pelo ministro Alexandre de Moraes e cobrar uma resposta do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O grupo minimizou as provas apresentadas pela PF, como a “minuta do golpe”, e reiterou a necessidade de resposta às ações que visam à preservação da democracia.
A operação da PF investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder, autorizada no âmbito do inquérito das milícias digitais por Alexandre de Moraes (STF).