A Procuradoria-Geral da Venezuela solicitou a prisão, nesta segunda-feira (2), do opositor Edmundo González, o principal rival político do presidente Nicolás Maduro.
O pedido alega que González teria ignorado três intimações para depor. Ele é investigado por supostos crimes de usurpação de funções, incitação a atividades ilegais e falsificação de documentos oficiais.
González, que concorreu contra Maduro nas últimas eleições, é considerado pela oposição como o verdadeiro vencedor do pleito. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro como o vitorioso, gerando questionamentos sobre a legitimidade da contagem de votos.
A falta de transparência, incluindo a ausência das atas das eleições, levantou suspeitas sobre a fidelidade dos resultados, especialmente após a Justiça impor sigilo aos documentos.
Segundo a Procuradoria, González foi alertado sobre a possibilidade de prisão caso não atendesse às convocações judiciais. Temendo ser detido, ele decidiu não comparecer às intimações.
Em um comunicado anterior, o Tribunal Supremo de Justiça havia convocado González e outros candidatos da eleição presidencial para assinarem um documento reconhecendo a legalidade do resultado divulgado pelo CNE, o que não ocorreu.
O presidente Nicolás Maduro já havia mencionado durante a campanha eleitoral que González poderia enfrentar sanções caso não obedecesse às intimações.
“Um cidadão que respeite a democracia, a República, a Constituição e as leis jamais pode se recusar a uma convocação judicial”, declarou Maduro em um discurso recente.
Desde que Maduro foi proclamado vencedor das eleições, a Venezuela tem sido palco de intensas manifestações, com relatos de prisões e repressão violenta contra os manifestantes.