O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, anunciou, nesta segunda-feira (26), sua renúncia ao cargo. Ela ainda deve ser aceita pelo presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, que pedirá que Shtayyeh fique como interino até a nomeação de seu substituto.
A renúncia deve permitir novos acordos políticos. No comunicado de sua decisão, Shtayyeh afirmou que a situação atual “exigirá novos arranjos governamentais e políticos que levem em conta a realidade emergente na Faixa de Gaza, as negociações de unidade nacional e a necessidade urgente de um consenso interpalestino”. Isso inclui, ainda segundo a nota, “a extensão da Autoridade sobre todo o território da Palestina”.
A decisão de Shtayyeh foi tomada no rastro de destruição da guerra de Israel contra o Hamas, em Gaza, e atende à pressão dos Estados Unidos, para que a Autoridade Palestina mude seu direcionamento político, enquanto esforços internacionais tentam dar fim aos combates para trabalhar uma estrutura política para governar o território no pós-guerra.
Formada há 30 anos após os acordos de paz provisórios de Oslo, na Noruega, a Autoridade Palestina governa partes da Cisjordânia e perdeu o poder em Gaza em 2007, após luta com o Hamas. O Fatah, que controla a AP, e o Hamas têm tentado chegar a um acordo sobre um governo único. Para isso, uma reunião em Moscou foi marcada para a próxima quarta-feira (28). Mas nem este acordo pode assegurar a paz na região. Segundo Sami Abu Zuhri, autoridade sênior do Hamas, “a renúncia de Shtayyeh só faz sentido se ocorrer dentro de um consenso nacional sobre os arranjos para a próxima fase”.
Isso porque Israel anunciou que vai destruir o Hamas e não aceitará que a Autoridade Palestina governe Gaza após a guerra, desencadeada após o ataque no Sul de país, em 7 de outubro, que matou cerca de 1.200 israelenses e estrangeiros. Na resposta dada pelas forças de segurança de Israel, quase 30 mil palestinos foram mortos nos combates em Gaza, e grande parte da população foi expulsa de suas casas.