A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, foi detida na manhã desta quinta-feira (19) durante uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti. O ato reunia profissionais de saúde que estão em greve, exigindo melhorias salariais e a reestruturação da carreira.
De acordo com relatos de testemunhas, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) teria utilizado spray de pimenta contra os manifestantes para dispersar o protesto, mas muitos permaneceram no local. A prisão de Marli Rodrigues foi confirmada pela PMDF e também sindicato, os quais afirmaram que a líder sindical foi detida sob acusação de desobediência. Ela foi levada para a 5ª Delegacia de Polícia, no inicio da Asa Norte, e deve ser liberada após assinar um termo circunstanciado.
Em nota oficial, o SindSaúde criticou duramente a ação policial, classificando-a como “arbitrária” e uma tentativa de intimidar o movimento dos servidores. A entidade informou que a prisão ocorreu durante um ato “pacífico e legítimo” e que Marli foi conduzida à 5ª Delegacia de Polícia, na área central de Brasília, acompanhada por advogados do sindicato.
A principal demanda dos manifestantes é que o GDF encaminhe à Câmara Legislativa (CLDF) um projeto de lei que contemple a reestruturação da carreira dos profissionais da saúde. Segundo o SindSaúde, o secretário de Economia do DF, Ney Ferraz, havia se comprometido a apresentar uma proposta para a categoria no início da semana, mas o encontro não trouxe avanços concretos.
“Estamos mobilizados em busca de melhores condições de trabalho e remuneração justa para os servidores da saúde, que têm enfrentado enormes desafios no exercício de suas funções”, afirmou o sindicato em comunicado.
Nota de repúdio
Antes do início do protesto, o sindicato informou ter sido notificado sobre a aplicação de uma multa diária de R$ 300 mil caso a paralisação fosse mantida. Apesar da tentativa de imposição, os servidores decidiram seguir com a mobilização, reiterando a importância da luta pelos seus direitos.
Em repúdio à prisão de sua presidente, o SindSaúde declarou ainda que “a detenção de Marli Rodrigues representa uma afronta ao direito constitucional de manifestação e à luta legítima dos trabalhadores”. O sindicato ainda exigiu a libertação imediata da líder sindical e repudiou a ação policial, que, segundo a entidade, visa “criminalizar o movimento sindical”.
Após a publicação da reportagem, a PMDF, por meio de nota oficial, informou que a sindicalista teria invadido uma área de segurança determinada para a proteção do Palácio do Buriti. Segundo a corporação, o uso de spray de pimenta foi determinado para dissipar os manifestantes, que ameaçavam o Poder Público local.
Veja nota oficial da PMDF:
“Na manhã desta quinta-feira (19), a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde) foi orientada pelo comandante do policiamento sobre as normas que regulam reunião e manifestação no Distrito federal, inclusive tendo sido informada das proibições de invasão e ocupação de via pública bem como tentativa de invasão de prédio público. O grupo de manifestantes invadiu a via N1, bloqueando o trânsito e seguiu em direção ao Palácio do Buriti.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) interveio para evitar invasões e possíveis atos de depredação. Diante da recusa de retroceder e obedecer às ordens policiais foi necessário o uso de instrumento de menor potencial ofensivo para dispersão dos manifestantes. A presidente do sindicato foi conduzida à 5ª Delegacia por desobediência, por ter desobedecido as normas de manifestação no DF mesmo após ter sido orientada pelo comandante do policiamento.
Centro de Comunicação Social da PMDF”