O mês de maio chega com um ar de romantismo que atravessa gerações. Mesmo que hoje não seja o período com mais casamentos realizados no Brasil, a tradição de maio ser considerado o mês das noivas resiste — alimentada por uma combinação de razões históricas, religiosas, sociais e comerciais.
A origem da tradição vem da Europa, especialmente à Idade Média, quando maio marcava o auge da primavera no hemisfério norte. A estação, associada à fertilidade, ao florescimento e à renovação, era considerada ideal para celebrações, principalmente os casamentos. A paisagem florida e o clima ameno também contribuíam para cerimônias ao ar livre, com ambientes mais agradáveis e festivos.
Outro fator curioso, mas que tem muito peso nessa crença popular, era o calendário de higiene da época. Na Europa medieval, banhos completos eram raros e muitas vezes restritos à primavera. Maio era o mês em que as pessoas estavam mais “apresentáveis” socialmente após os rigores do inverno, o que tornava esse um bom momento para casamentos. Daí também surgiu o costume dos buquês de flores, que além do simbolismo também ajudavam a disfarçar possíveis odores.

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A Igreja Católica também teve papel fundamental na consolidação da fama de maio dedicado às noivas. O mês é dedicado à Virgem Maria, figura associada à pureza, à maternidade e ao ideal de família. Ao longo dos séculos, essa conexão religiosa reforçou a ideia de que maio seria um mês propício para formar lares e celebrar uniões. No entanto, alguns países, como Espanha, evitam a tradição justamente por isso.
No Brasil, a tradição foi intensificada no século 20 por meio de campanhas publicitárias e editoriais femininos. Revistas de moda e comportamento passaram a associar o mês ao casamento, ajudando a fixar a ideia no imaginário popular. Foi nesse período que surgiram desfiles de vestidos, eventos temáticos e ações de marketing voltadas ao público feminino, criando um forte elo entre o comércio e o simbolismo da data.
Só que hoje, na prática, o mês é apenas simbólico, com eventos dedicados a noivas — como feiras de vestidos —, já que o maior número de casamentos ocorre em meses como setembro e novembro, principalmente por questões climáticas e financeiras, como mostra um levantamento da plataforma iCasei, divulgada no ano passado.