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População protesta em Buenos Aires contra medidas de Milei

A manifestação tem como lema "O país não está à venda"
Presidente Javier Milei | Foto: Pablo Porciuncula/AFP

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Nesta quarta-feira (24), a Argentina testemunha sua primeira paralisação geral desde a posse de Javier Milei em dezembro do ano passado. Convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical do país, com apoio da Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA), a manifestação tem como lema “O país não está à venda”.

O protesto tem como alvo principal a medida provisória do governo, conhecida como “Decretaço”, que traz mudanças significativas na economia e nas leis trabalhistas. A Lei Omnibus, que concede amplos poderes a Milei e propõe a privatização de empresas estatais, também é objeto de protesto. A greve, que começou ao meio-dia, está programada para durar 12 horas.

Segue um resumo dos acontecimentos da maior paralisação até agora do novo governo argentino, em ordem cronológica:

Terça-feira (23), à noite: A greve é iniciada com o cancelamento de centenas de voos.

Quarta-feira (24), às 9h30: A adesão ao movimento se intensifica entre os trabalhadores, incluindo pilotos e controladores técnicos, resultando no cancelamento de vários voos de diferentes companhias aéreas.

10h: Trabalhadores se organizam e dirigem-se ao Congresso de Buenos Aires. As assembleias de bairros e estudantes da UBA preparam-se para a greve geral.

10h50: O Porto de Buenos Aires e terminais como Río de la Plata e 4 APM Terminal entram em paralisação total das 12h à 0h, junto com toda a federação portuária e da indústria naval.

11h55: Trabalhadores da Universidade Nacional de Avellaneda, deputados da zona sul e estudantes organizam uma marcha até a Praça Constitución, expressando suas reivindicações contra medidas governamentais.

 12h: Atos de solidariedade ao protesto argentino ocorrem em diversas partes do mundo, incluindo Barcelona, na Espanha, e Berlim, na Alemanha.

12h01: A greve é oficialmente iniciada na Praça do Congresso, com organizações operárias e manifestantes reunindo-se nas proximidades.

12h35: Trabalhadores do hospital público Garrahan, em Buenos Aires, organizam-se para a greve e marcham pelas ruas da cidade.

13h20: O Ministério da Segurança implementa protocolos contra manifestações, com forças policiais posicionadas em frente ao Congresso. A população bloqueia completamente as avenidas Rivadavia e Entre Ríos, parte do protesto característico argentino conhecido como “piquetis”.

14h15: Inicia-se o evento da CGT, com discurso de Pablo Moyano, secretário adjunto do Sindicato dos Caminhoneiros, que critica a Lei de Bases, projetada para privatizar empresas públicas, e pede aos legisladores que não traiam os trabalhadores.

14h45: Encerramento do evento, com previsão de paralisação no transporte durante a tarde.