A Polícia Federal foi acionada, nesta sexta-feira (11), para investigar o caso de seis pacientes que receberam transplantes de órgãos contaminados pelo vírus HIV no Rio de Janeiro. A investigação foi anunciada pelo Ministério da Justiça nesta sexta-feira (11).
Os pacientes estavam na fila de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) e os órgãos infectados vieram de dois doadores. Após os procedimentos, os seis receptores testaram positivo para o vírus HIV. Além da PF, o incidente está sendo apurado pelo Ministério da Saúde, Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Polícia Civil e Conselho Regional de Medicina (Cremerj).
O caso é inédito no país, segundo especialistas, e o Sistema Nacional de Transplantes possui critérios rigorosos para a triagem de doadores, incluindo testes obrigatórios para HIV, hepatite B, hepatite C e outras infecções, conforme regulamentos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa classificou o ocorrido como uma “situação gravíssima”. O presidente da agência, Antônio Barra Torres, destacou que o evento compromete a confiança dos pacientes que necessitam de transplantes.
O laboratório responsável pela triagem, Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS-Saleme), está sendo investigado. A empresa tem entre seus sócios Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, primo do ex-secretário de Saúde e atual deputado federal Luizinho (PP), que ocupava o cargo durante o período de contratação do laboratório.