O ex-deputado Roberto Jefferson atacou policiais federais que tentavam cumprir mandado de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no início da tarde deste domingo (23), em Comendador Levy Gasparian (RJ).
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente do PTB teria atacado os policiais a tiros e com uma granada. Roberto Jefferson resistiu à prisão e pelo menos dois policiais foram feridos, sem gravidade.
Os feridos são o delegado Marcelo Vilella, que teria sido atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, de 31 anos. Ela foi ferida na cabeça. Os dois foram atendidos em um hospital da região e já tiveram alta.
Em vídeos gravados dentro de sua casa, Jefferson mostra, por meio da câmera de segurança, a chegada dos policiais à entrada de seu terreno e diz que vai “enfrentá-los”. Em um segundo vídeo, o político exibe a viatura da PF com o para-brisa baleado e diz que houve troca de tiros.
Fora de sua casa, Jefferson filmou outro vídeo em que afirma que “não atirou em ninguém para pegar”. “Atirei no carro e perto deles”, disse ele, acrescentando que não vai se entregar.
Até as 16 horas deste domingo, o ex-deputado ainda não havia se entregado.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, condenou nas redes sociais o que chamou de “ação armada” de seu aliado Roberto Jefferson (PTB). ELe afirmou que determinaria a ida do ministro da Justiça, Anderson Gustavo Torres, ao local.
O ex-presidente Lula lamentou o episódio e defendeu a ministra Cármen Lúcia. “O que esse cidadão fez com a ministra Cármen Lúcia não é possível de ser aceita por ninguém que ama a democracia. Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões contra uma pessoa comum, muito menos contra uma ministra da Suprema Corte.”
Entenda
Roberto Jefferson é investigado no inquérito que apura atividades de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito e atualmente cumpre prisão domiciliar.
Entre as medidas estabelecidas pela Justiça para a manutenção da prisão domiciliar estava a determinação de não participar de redes sociais. No entanto, um vídeo passou a circular nos últimos dias com comentários do ex-deputado sobre uma decisão de Cármen Lúcia. Em sua fala, Jefferson dispara ofensas de baixo calão contra a ministra, a quem chamou de “prostituta”, “arrombada” e “vagabunda”.
Dessa forma, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de Roberto Jefferson, pedido que deve ser agravado pela presença de armamento pesado na residência do ex-deputado e pelo ataque aos policiais.