As equipes da Delegacia Especializada de Investigações Criminais de Taubaté identificaram o segundo suspeito de envolvimento no ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que resultou na morte de duas pessoas em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba. A prisão do suspeito, identificado apenas como Ítalo, já foi solicitada ao Poder Judiciário e a polícia tenta localizar o envolvido.
Segundo a polícia, há indícios que apontam Ítalo como um dos autores do crime em investigação. Foram realizadas diligências em campo, mas ele não foi localizado em nenhum dos endereços registrados nos sistemas policiais. No sábado (11), a Polícia Civil prendeu um homem suspeito de ter participado do ataque. Trata-se de Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”. Segundo relato do delegado Marcos Ricardo Parra, chefe da seccional de Taubaté, o preso teria admitido envolvimento no caso.
Aguardamos a audiência de custódia do Nero. Vamos acompanhar e aguardar o resultado. Se ele vai ser solto ou se a prisão em flagrante será convertida em preventiva”, afirma Marcos Rogério Pereira Machado, delegado de polícia responsável pela comunicação social da Delegacia Seccional de Taubaté.
De acordo com o delegado Machado, Nero estava escondido no bairro Santa Tereza, em Taubaté (SP), e foi detido em flagrante no local. Com ele, os policiais apreenderam uma moto provavelmente usada para cometer o crime.
Ação e investigação
Os crimes ocorreram na noite de sexta-feira (10) no assentamento Olga Benário, na Estrada Canegal, por volta das 23h. Segundo o MST, foram mortos a tiros Valdir do Nascimento, o Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28. Nascimento era uma das lideranças do assentamento. A ação deixou ainda seis pessoas feridas, que precisaram ser encaminhadas a atendimento hospitalar.
O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Taubaté como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo. De acordo com a polícia, a linha de investigação, que está a cargo da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) do município, é de que a motivação dos crimes foi a disputa por um terreno na área do assentamento.
Segundo o MST, a área do assentamento desperta interesse imobiliário devido a localização privilegiada. “O Assentamento Olga Benário enfrenta uma intensa disputa com a especulação imobiliária voltada para o turismo de lazer, devido à sua localização estratégica na região do Vale do Paraíba. Há anos, as famílias assentadas vêm sofrendo ameaças e coerções constantes”, disse o movimento em seu site,
Localizado em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba, a cerca de 140 quilômetros da capital paulista, o assentamento foi atacado por 10 homens, segundo MST. Eles utilizaram cinco carros e duas motos. O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal instaure inquérito para apurar o ataque. A pasta informou que uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista, já foi deslocada para Tremembé.