O governo deve dar destaque a projetos mais “_verdes_” na análise dos empreendimentos que vão compor seu plano de investimentos, informalmente chamado de novo PAC, que deve ser lançado até abril. A carteira também deve priorizar o setor de saneamento, a fim de alcançar as metas de universalização – já que hoje quase metade da população ainda não tem acesso à rede de esgoto.
Responsável pela agenda na Casa Civil, o secretário especial de Articulação e Monitoramento, Maurício Muniz, disse que tem feito uma espécie de filtragem das demandas dos Estados, para analisar o que é viável e pode entrar na agenda federal. A lista tem 417 empreendimentos. Durante a campanha, o governo prometeu uma guinada do País na agenda de sustentabilidade.
“_O setor de energia comparado ao PAC 1, 2 e 3 mudou completamente. Pouco provável que a gente tenha grandes hidrelétricas_”, disse ele, acrescentando que o destaque deve ficar para projetos de energia eólica e solar. O governo Dilma foi criticado por ambientalistas por ter encampado empreendimentos de grandes hidrelétricas, como a de Belo Monte.
![Usina de Belo Monte: obra controversa foi um dos pilares dos primeiros PACs, durante o governo de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/TV Brasil)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_TV_Brasil_belo_monte_788815b738.jpg)
Dos 417 empreendimentos listados pelos governadores, 136 são obras em rodovias, como pavimentação e duplicação. O governo, porém, diz que dará destaque no plano a modais mais “_verdes_”, como o ferroviário e o hidroviário.
No setor de ferrovias, por exemplo, o projeto da Ferrogrão apareceu na lista de demandas dos Estados. O traçado, que liga Sinop (MT) a Miritituba (PA), é estruturado para ser o principal centro de escoamento de grãos de Mato Grosso, papel que hoje é exercido pela BR-163. A obra está paralisada hoje por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).