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Pinheiros do Parque já foram cortados

A operação do Governo do Distrito Federal (GDF) para retirar os pinheiros localizados nos estacionamentos 4 e 5 do Parque da Cidade Sarah Kubitschek teve a primeira etapa concluída. A fase consistia na supressão das 1.628 árvores. Elas haviam sido plantadas há mais de 40 anos e apresentavam riscos aos frequentadores. Agora, o espaço já pode receber o projeto original, que prevê um jardim criado pelo paisagista Roberto Burle Marx.

“Essa mudança é por questão de segurança para os frequentadores. Os pinheiros eram árvores exóticas. Eles duram 20 anos e estes já estavam com 45. Em parceria com vários órgãos do GDF, vamos replantar de mais de 3 mil mudas de árvores nativas do Cerrado”, explica o secretário substituto de Esporte e Lazer, Renato Junqueira.

A extração dos pinheiros teve início em 3 de agosto e se encerrou sexta-feira (29). Durante a ação, cerca de 50 pessoas atuaram removendo as árvores. Todo o material cortado está sendo conduzido e acondicionado no Viveiro da Novacap. Futuramente, será colocado em um leilão. O valor arrecadado retornará aos cofres públicos do GDF.

“Previmos essa retirada para acontecer em 90 dias e terminamos em tempo recorde. Essa foi a primeira etapa de cinco que acontecerão até a implantação do bosque. A segunda etapa – que já está acontecendo – é a limpeza da área, com a retirada de toda a madeira”, explica o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Raimundo Silva.

 

Próximas etapas

A terceira etapa a retirada de troncos, lenhas, galhos e pinhos dos estacionamentos. Previsto para ter início em 40 dias, o processo vai rebaixar os troncos que permaneceram no local devido à profundidade das raízes.

“É uma operação em que a gente traz uma máquina para cá para trabalhar na base que ficou, rebaixando até abaixo do nível do solo. A retirada do bosque seria drástica. Um toco desse aqui está a cinco metros de profundidade. Retirar daria mais trabalho e criaria um impacto maior para essa área”, explica Silva.

Em seguida, o trabalho evoluirá para a criação dos berços. São as cavidades para a implantação das novas espécies que comporão o bosque. Elas terão um espaçamento diferente dos pinheiros. A última etapa será o plantio de mudas previsto para o primeiro semestre de 2024. Serão 3 mil exemplares, todas nativas do Cerrado.

“Será um bosque exuberante, seguindo o projeto inicial de Burle Marx, com espécies sugeridas por ele. A produção é do nosso Viveiro da Novacap. A ideia é trazermos árvores que tenham crescimento rápido. Nos próximos cinco anos, a gente terá um bosque sombreando, mas que vai atingir o ápice a partir de 10 anos”, conta o chefe do Departamento de Parques e Jardins.

 

Nova paisagem

Frequentadora do parque desde a infância, a servidora pública federal Ezir Bezerra, 53 anos, elogia a ação do governo. “Acho importante, porque era um risco mesmo. Entendo que não sendo uma árvore nativa, ela oferece esse tipo de risco. Plantando árvores nativas e frutíferas, embora demore um pouco para gente ver o resultado, será bacana”, diz.

Ela conta que já sente falta dos pinheiros, mas espera suprir essa saudade admirando as novas espécies do espaço no futuro. “Vai ser uma coisa legal da gente vir aqui colher fruta no final do dia. Será do mesmo jeito quando a gente vinha passear pelos pinheiros e sentia o cheirinho bom de pinho no ar”, comenta.

Segundo Todi Moreno, os frequentadores do parque ainda se assustam com o corte dos pinheiros. Foto: Divulgação/SEL-DF

O administrador do Parque da Cidade, Todi Moreno, diz que muitos frequentadores ainda se assustam com a retirada dos pinheiros. “Era algo que tinha que acontecer porque muitas pessoas estavam correndo risco nos estacionamentos 4 e 5. Sabemos que os pinheiros eram aparentemente saudáveis, mas os técnicos do Brasília Ambiental e da Novacap entenderam que era um risco grande”, revela.

Apesar das mudanças, o espaço não perderá sua essência de convivência. Além do bosque, o local terá novos equipamentos públicos. Já as 25 churrasqueiras que foram retiradas durante a operação serão realocadas. “Todas serão restauradas. Estamos trabalhando na elaboração de um projeto para uma área de convivência para todos os frequentadores do parque”, define o secretário substituto de Esporte e Lazer.

Agência Brasília

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