O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou nesta segunda-feira (2) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela manutenção da prisão do general Walter Braga Netto. O militar está preso desde dezembro acusado de envolvimento com suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Braga Netto é um dos oito réus na ação penal, que também investiga o ex-mandatário da República. O general foi preso sob a acuação de tentar obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Para Gonet, a soltura do vice na chapa do ex-presidente em 2022 ameaçaria o curso do processo. “A gravidade concreta dos delitos, a lesividade das condutas e os perigos de reiteração delitiva e de obstáculo à instrução criminal são motivos suficientes a evidenciar a contemporaneidade e justificar a manutenção da custódia cautela”, afirmou o procurador.
Depoimentos marcados
Nesta segunda-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), definiu, para o dia 9 de junho, a data de início dos interrogatórios dos réus na ação penal. Além do ex-mandatário da República e de Braga Netto, são esperados outros seis depoimentos.
Mais cedo, o STF conclui as oitivas com as testemunhas de acusação e defesa dos réus do caso. Na ocasião, foram colhidos 52 depoimentos do inquérito que apura a formação de uma suposta organização criminosa que teria atuado para manter ilegalmente Bolsonaro no poder após o resultado das eleições de 2022.