Raphael Oliveira A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (13), em Recife (PE), o ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, Gilson Machado Guimarães Neto. A prisão foi confirmada à reportagem por fontes da própria corporação.
Machado é investigado por supostamente intermediar um esquema para conceder passaporte português ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos principais réus do chamado inquérito do golpe. A ação teria ocorrido junto ao Consulado de Portugal no Recife, em 12 de maio de 2025, segundo informações repassadas à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Tentativa de fuga
De acordo com a investigação, a manobra visava permitir a saída de Cid do Brasil, como forma de escapar das consequências judiciais decorrentes da acusação de envolvimento na tentativa de golpe de Estado, que buscava manter Bolsonaro no poder após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Em documento enviado à PGR, a Polícia Federal relata que Gilson Machado “atuou diretamente para viabilizar a expedição de um passaporte português em favor de Mauro Cesar Barbosa Cid, com o propósito de garantir sua evasão do território nacional”.
Aparição com Bolsonaro na véspera
A prisão acontece um dia depois de Gilson Machado acompanhar Jair Bolsonaro em agenda política em Natal (RN), na quinta-feira (12). Após o evento, o ex-ministro retornou de carro para Recife, onde foi detido na manhã seguinte.
STF derruba nova ordem de prisão contra Mauro Cid
Apesar de também ter sido alvo de um novo mandado de prisão nesta manhã, Mauro Cid não foi detido. O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a medida nesta mesma sexta-feira, mantendo-o em liberdade.
Além de Bolsonaro e Cid, outras 29 pessoas são rés na ação que apura a tentativa de golpe, considerada pela PGR como uma conspiração para impedir a posse legítima do atual presidente eleito.
Cid será encaminhado a sede da PF em Brasília, onde prestará um novo depoimento. A previsão é que a oitiva ocorra ainda na manhã desta sexta.
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