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PF faz buscas em endereços de Zambelli e prende hacker da ‘Vaza Jato’

Ao todo, os investigadores cumprem cinco ordens de busca e apreensão

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A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (2) Walter Delgatti Neto, hacker do ex-juiz Sérgio Moro e de ex-integrantes da Operação Lava Jato, entre eles o ex-deputado Deltan Dallagnol. A corporação ainda faz buscas em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli.

 

Os dois são os principais alvos da Operação 3FA, que investiga a suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

 

Ao todo, os investigadores cumprem cinco ordens de busca e apreensão – duas em São Paulo e três no Distrito Federal. São apurados supostos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

 

A ofensiva foi aberta por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que mandou a PF apreender dinheiro e bens (joias, veículos, obras de arte e outros objetos) em valores superiores a R$ 10 mil, além de passaportes, computadores, celulares e armas dos investigados. O despacho dá aval para os investigadores vasculharem inclusive “cômodos secretos” que eventualmente encontrassem nos endereços vasculhados.

 

O ministro ainda determinou a quebra do sigilo bancário dos investigados. Outro alvo da operação é Thiago Eliezer Martins Santos, que também foi investigado na Operação Spoofing, junto de Walter Delgatti, o “Vermelho”.

 

Segundo a PF, a ofensiva investiga delitos que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

A PF indica que as inserções se deram após a invasão criminosa aos sistemas do CNJ, com o uso de credenciais falsas obtidas ilicitamente. O inquérito em questão foi aberto perante a Justiça Federal para apurar a invasão ao sistema do CNJ, mas acabou remetido ao STF após “indícios de possível envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro” – no caso, a deputada Carla Zambelli.

 

O nome da Operação, ‘3FA’, faz referência à autenticação de dois fatores, a exigência de duas formas de identificação para acessar recursos e dados.

 

O ministro da Justiça Flávio Dino comentou sobre a ofensiva no Twitter: “Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições“, escreveu.