PF e Polícia Civil prendem três suspeitos de atos de vandalismo em Brasília

**A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal prenderam, até o momento, três indicados em mandados de prisão, por suspeita de envolvimento com atos de vandalismo realizados em Brasília, no dia 12 de dezembro.** Os agentes também fazem buscas em endereços ligados aos investigados. **As 11 ordens de prisão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).** Os policiais também fazem buscas em 21 endereços ligados aos investigados. **A Operação Nero acontece simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.**

O delegado-chefe da Polícia Civil no Distrito Federal, Robson Candido da Silva, destacou o trabalho conjunto entre as áreas técnicas das polícias. **”É uma resposta do Estado a essas pessoas que porventura estão fugindo dos seus limites de manifestação ideológica”, pontuou. “As polícias Federal e Civil não vão se furtar de suas atribuições e compromissos institucionais de defesa da sociedade”, destacou o delegado.**

**A investigação foi aberta após extremistas tentarem invadir a sede da PF em protesto à prisão do indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante.** Os manifestantes também atearam fogo em carros e ônibus e depredaram a 5.ª Delegacia de Polícia da capital. Segundo os representantes das polícias, mais de 40 pessoas que participaram desses atos já foram identificadas. **Os suspeitos podem ainda estar ligados à tentativa de explodir uma bomba no Aeroporto JK na véspera do Natal, já que as pessoas envolvidas no atentado frequentavam manifestações em frente ao QG do Exército na cidade.**

**O objetivo da PF é identificar todos os manifestantes e eventuais financiadores.** “O conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo”, informou a PF. **Até o momento, a investigação encontrou indícios de crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.** Em caso de condenação, as penas podem chegar a 34 anos de prisão.

** Noite de vandalismo**
**A noite do dia 12 de dezembro foi marcada por um conjunto de atos de vandalismo em Brasília.** Manifestantes inconformados com a vitória e a posse iminente do presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incendiaram ônibus e carros, depredaram prédios públicos e privados, tentaram invadir sede da Polícia Federal e cercar o hotel em que o petista estava hospedado, após sua diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

**O estopim para os atos de violência foi a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).** A ordem foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por suspeita de insuflar manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília.

**Na época, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, afirmou que uma parcela dos autores dos atos também fazia parte de um acampamento que se alojou em frente ao Quartel General do Exército.** Desde a divulgação, no início de novembro, do resultado do segundo turno, eleitores do presidente Bolsonaro montaram uma vigília nos arredores dos prédios das forças militares de diversos Estados. **Com a bandeira do Brasil nas costas, esses apoiadores têm pedido por intervenção militar para reverter o cenário das votações para a Presidência da República, o que é inconstitucional.**

**Apoio do futuro ministro**
**Mais cedo, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que as ações policiais deflagradas para prender suspeitos de envolvimento em atos antidemocráticos pretendem garantir o Estado de Direito e que liberdade de expressão não abrange terrorismo.**

“As ações policiais em curso visam a garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. **Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo**”, escreveu Dino nas redes sociais.

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