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Pesquisa da UnB revela preocupações de brasilienses com saúde coletiva em ambientes públicos

Maioria de entrevistados apontou poeira nas ruas, obras e poluição sonora como maiores reclamações
Universidade de Brasília (UnB)
Universidade de Brasília (UnB) | Foto: Reprodução

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Uma pesquisa recente realizada pelo Observatório de Políticas Públicas do Distrito Federal (ObservaDF) lançou luz sobre as desigualdades ambientais na capital brasileira e os hábitos sustentáveis da população local. O estudo, intitulado “Hábitos sustentáveis e desigualdades ambientais no Distrito Federal”, teve como objetivo compreender as percepções e comportamentos dos brasilienses em relação à conservação do meio ambiente e dos espaços públicos. Os resultados revelaram preocupações significativas e diferenças regionais.

O ObservaDF, que é ligado a Universidade de Brasília (UnB), ouviu 1000 residentes do Distrito Federal durante o mês de agosto de 2023, representando uma amostra significativa da população local. Os principais resultados da pesquisa indicam que mais de 57% dos entrevistados apontaram problemas como poeira nas ruas, animais abandonados, lixo no chão, entulho de obras e perturbações sonoras como suas maiores preocupações ambientais. Além disso, 50% dos entrevistados mencionaram alagamentos como um problema relevante.

O estudo também destacou que a percepção negativa do meio ambiente é mais acentuada entre os residentes de cidades com renda mais baixa e entre os mais jovens. Lucio Rennó, professor e pesquisador que liderou o estudo, explicou que os jovens tendem a ser mais críticos em relação à presença de poluentes e sujeira em suas áreas de moradia. 

“Jovens tendem a ser mais críticos dos locais de moradia no que diz respeito a presença de poluentes e sujeira do que pessoas com mais idade. Para as pessoas em cidades de renda mais baixa, há mais exposição a esgoto e água suja na rua e lixo nas ruas do que em cidades de renda mais alta, além de uma menor arborização”, explicou.

A pesquisa também evidenciou uma disparidade significativa na incidência de animais abandonados nas áreas de menor renda. Lucio Rennó ressaltou que essa questão está diretamente ligada às políticas públicas relacionadas aos direitos dos animais, principalmente nas áreas menos privilegiadas. Ele enfatizou que o abandono de animais representa um problema de zoonose e saúde pública grave, afetando de forma mais aguda as regiões mais pobres do Distrito Federal.

Os resultados da pesquisa indicam uma crescente conscientização da população em relação às questões ambientais e à qualidade de vida. Lucio Rennó destacou a necessidade de esforços colaborativos em toda a sociedade para promover a conservação dos recursos naturais e enfrentar as desigualdades persistentes na região.

A equipe do ObservaDF responsável pela pesquisa é composta pelos pesquisadores Lucio Remuzat Rennó Junior, Frederico Bertholini, Andrea Felippe Cabello, Ana Maria Nogales Vasconcelos e Guilherme Viana. Todos os detalhes sobre a pesquisa estão disponíveis no site oficial do ObservaDF (www.observadf.org.br), fornecendo uma visão abrangente das descobertas e conclusões deste estudo crucial sobre as desigualdades ambientais e os hábitos sustentáveis em Brasília.