Ser uma pessoa **organizada** é o desejo de muitos. Mas é uma qualidade que exige ações diárias, até virarem **hábito**. Uma tarefa como arrumar o armário, que pode parecer simples para alguns, para outros é um verdadeiro pesadelo. A correria do dia a dia faz com que as pessoas deixem algumas tarefas de lado, causando desordem na vida e nos espaços por onde circulam.
Em casos assim, a _personal organizer_ atua. A profissão tem crescido nos últimos anos e vem chamando atenção daqueles que transformam sua capacidade de organização em fonte de renda. Sabendo disso, o **GPS** entrevistou Renata Muniz, organizadora profissional desde 2008, uma das pioneiras em Brasília. Especialista em gestão de residências e sistematização de pré e pós-mudanças. Sua experiência conta com a gestão de mais de trezentas mudanças pelo mundo.

**Como surgiu a profissão de Personal Organizer?**
Apesar de parecer uma novidade, a profissão de Personal Organizer surgiu na década de 1980. Pessoas que se interessavam pelo assunto se uniram e fundaram a National Association Of Professional Organizers (NAPO). Atualmente, a organização já conta com mais de 4 mil membros.
Por aqui, Renata explica que o interesse pela profissão surgiu em meados dos anos 2000. “Há 15 anos, eu senti necessidade de ter uma pessoa para organizar minhas coisas e me falar o que eu poderia fazer para otimizar meu espaço. O tipo de material que eu poderia usar, o tipo de dobra adequada para colocar mais roupas nas gavetas. E vi que em Brasília não tinha esse tipo de profissional”.
Outro ponto observado pela organizadora foi que pessoas em processo de mudança penavam para colocar a vida nos eixos. “Vi que as pessoas quando se mudavam sofriam e ficavam no mínimo dois meses para colocar tudo em ordem. Comecei a procurar cursos na internet, e em 2007, eu vi um curso que me interessou. Nesse curso, eu já sabia muita coisa. Aprendi algumas técnicas de dobras, e o resto eu fui me especializando na área de organização de mudança até virar uma referência em Brasília”, contou.


**Como é a rotina do Personal Organizer?**
A rotina do trabalho é intensa e necessita materiais específicos como luvas, escadas, bancos, mesas, gabaritos para dobras, e objetos que ajudam o processo de organização. “Trabalhamos em média de 7 a 8 horas com até quatro pessoas na equipe. Vamos todos uniformizados, usamos materiais apropriados para nosso trabalho. Já em organizações pós-mudança eu digo que somos o produto final. Como a pessoa já teve que lidar com pedreiro, marceneiro, arquiteto, decorador, então ela está altamente estressada. Temos que ser uma equipe rápida e atrapalhar o menos possível a rotina da casa”, explica Renata.
Outro processo, segundo a organizer é: “Ir até a casa do cliente, fazer uma entrevista, sugerir melhorias, que acreditamos ser adequadas, caso haja necessidade. Muitas vezes indicamos descarte, produtos organizadores, melhoria de marcenaria, sempre tentamos otimizar ao máximo a vida do cliente. Somos facilitadores, chegamos para resolver o problema de quem nos contrata”.
A profissão tem ganhado muito espaço por um motivo: praticidade. O tempo que o profissional otimiza na sua vida é diferenciado. Muito mais que simplesmente arrumar a casa, o escritório, um espaço como a lavanderia ou até mesmo os arquivos digitais, o Personal Organizer potencializa o tempo dos seus clientes para que eles possam se dedicar a outras atividades.
Até o mercado do varejo está mais atento ao mercado da organização. Grandes lojas como a Leroy Merlin e até supermercados já contam com setores específicos para a venda de produtos desse segmento.


**Como se tornar uma Personal Organizer?**
“A dica que eu dou para pessoas que estão começando, é que não basta ter paixão por organização, tem que estudar, conhecer os fornecedores que trabalham com materiais organizadores. É necessário conhecer a qualidade do produto organizador que você vai vender ou oferecer. Vários cursos como redes sociais, vendas, fotografia, vitrinismo, feng shui, tudo que puder agregar”, além disso, para Renata o boca a boca é a melhor divulgação. Deixar o cliente satisfeito e feliz.
Ainda para a especialista, a organização interna está muito ligada à organização externa. “Quando a pessoa não está legal a casa geralmente tá uma bagunça. Então a gente também faz esse trabalho de colocar tudo da pessoa em ordem e com isso, o contratante vai se acalmando, e reestruturando a vida, colocando tudo no lugar”, informa a profissional.
O serviço de personal organizer é personalizado (como diz o nome), mas é acessível. O conselho da Renata é para começar aos poucos: “De repente você não tem condições de fazer a casa toda, mas pode fazer uma consultoria. Um dos públicos que mais procuram os serviços de organização são mães grávidas para fazer os quartos babys”.

Para finalizar, Renata disse que hoje vive exclusivamente do seu trabalho de personal organizer. Reconhecida no mercado, trabalha com seu marido e uma equipe, formada por ela. A dica final da empreendedora, para quem deseja atuar na área, é para sempre buscarem por mais especializações. Para quem deseja saber mais informações, é possível encontrar no instagram de Renata @renatamunizorganizer.