A temporada de chuvas no Brasil é um período em que o aumento na umidade e o alagamento das áreas urbanas trazem à tona diversos animais peçonhentos, como aranhas e, principalmente, os escorpiões. Estes aracnídeos, que costumam viver em locais secos e escuros, buscam abrigo em áreas mais protegidas quando seu habitat natural é invadido pela água da chuva. Esse comportamento faz com que os escorpiões se aproximem cada vez mais das residências, aumentando o risco de acidentes com seres humanos.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) alerta para o aumento de 11,9% nos acidentes com animais peçonhentos de 2023 para 2024. Só no ano passado, foram registrados mais de 4,3 mil acidentes, sendo mais de 3.400 causados por escorpiões. Neste ano, a primeira semana de 2025 já registrou 44 ocorrências notificadas.
Entre as espécies mais comuns e perigosas encontradas no País, o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) se destaca como a principal responsável por acidentes graves, que podem resultar em reações alérgicas, sintomas de envenenamento e até mortes, especialmente em crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido.
A picada de um escorpião pode causar dor intensa, formigamento, inchaço e, em casos mais graves, dificuldades respiratórias, náuseas e vômitos. Em caso de picada, a orientação é lavar levemente local com água e sabão para evitar infecções; colocar uma compressa fria para aliviar a dor; e procurar atendimento médico imediatamente, pois o veneno do escorpião pode afetar o sistema nervoso e, em casos graves, causar complicações sérias. Se possível, leve o escorpião morto ou capturado para ajudar na identificação da espécie.
Como prevenir
Evitar o contato com escorpiões e outros animais peçonhentos envolve, principalmente, a adoção de medidas de prevenção dentro de casa e em áreas externas. As principais dicas são:
– Fechar frestas e rachaduras: escorpiões podem se esconder em pequenas fissuras nas paredes, rodapés, portas e janelas. Mantenha esses locais bem vedados para evitar que eles entrem nas residências;
– Eliminação de entulhos e sujeira: caixas, pilhas de madeira e lixo acumulado são locais ideais para escorpiões se esconderem, por isso é essencial manter o ambiente sempre limpo e organizado;
– Instalar telas nas janelas e portas: para impedir que escorpiões entrem em casa, o ideal é ter telas de proteção em todas as aberturas;
– Cuidados no ambiente externo: quem mora em casa precisa ter cuidado extra com o jardim e quintal, sem mato alto ou acúmulo de folhas secas, que atraem escorpiões e outros insetos;
– Uso de luvas e botas ao manipular materiais em locais de risco, como em jardins ou áreas com entulho para reduzir o risco de ser picado.
Unidades de saúde referência
No Distrito Federal existem unidades de saúde que são referência no tratamento de picadas de escorpião que devem ser procurados imediatamente. O Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), além de dez hospitais regionais — Guará, Brazlândia, Paranoá, Ceilândia, Gama, Santa Maria, Planaltina, Sobradinho, Taguatinga e Asa Norte — estão na lista.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-DF) também é importante na prevenção e tratamento de emergências toxicológicas e acidentes com animais peçonhentos. O centro pode passar informações sobre cuidados em caso de picadas de escorpião e outros, até mesmo por telefone (0800 644-6774, 0800 722-6001 e (61) 99288-9358).