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PEC de Transição: texto final deve ser apresentado até terça-feira

Senador Randolfe Rodrigues afirma que gastos com o Bolsa Família devem mesmo ficar fora do teto de gastos pelos próximos quatro anos
Reunião do Conselho Político de Transição na sede da Gabinete de Transição de Governo, no CCBB, em Brasília.

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O **senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)** afirmou nesta segunda-feira, 21, que o texto final da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição deve ser entregue até amanhã e **a opção mais provável é que os gastos com o Bolsa Família sejam retirados do teto de gastos** por quatro anos.

Semana passada, uma **minuta inicial foi entregue** pela equipe de transição ao relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI). Randolfe destacou que Castro “_está trabalhando_” na proposta. Ainda hoje a presidente do PT, deputada reeleita Gleisi Hoffmann (PR), vai se reunir com a bancada do PT no Senado na qual devem ser feitos os ajustes finais na proposta.

“_Deve ser algo que devemos ajustar nas próximas horas (texto final)_”, disse o senador, ressaltando ainda a disposição da **equipe de transição** em debater o assunto com outros parlamentares. “_Estamos a disposição de ouvir do parlamento outras propostas_”.

Randolfe destacou também ter conversado com o **presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)**, que vem auxiliando nas articulações e já sinalizou apoiar uma tramitação célere da PEC na Casa. “_Tendo esse texto final, Pacheco quer ter encontro com líderes no Senado_”.

**Responsabilidade**

O **senador eleito Wellington Dias (PT-PI)** afirmou nesta segunda-feira, 21, em entrevista à **_GloboNews_**, que a revisão do teto de gastos pelo novo governo será feita com diálogo e responsabilidade, e não de forma “_atabalhoada_”. O ex-governador do Piauí, um dos principais porta-vozes do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em assuntos econômicos, disse que há quase um consenso de que a âncora fiscal precisa ser revista. O teto é a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

“_O teto causou um conjunto de efeitos colaterais que engessam o País. Então, há necessidade de uma revisão, que vai ser trabalhada pelo diálogo, não vai ter nada feito de forma atabalhoada, vai ter muita responsabilidade_”, declarou Dias. “_Tem já quase que um consenso no Brasil, o próprio ministro Paulo Guedes, pessoas do Congresso Nacional, de diversas linhas de pensamento da economia, o setor privado, vários partidos de que a âncora sustentada no teto… simplesmente, o teto desde o primeiro ano já furou. Ou seja, você teve que fazer alterações_”, emendou.

De acordo com o senador eleito, ainda há tempo para se discutir a **regra fiscal** neste ano. O mais urgente, na visão dele, é aprovar a Proposta de Emenda à Constituição que retira o Bolsa Família do teto de gastos.

Um texto alternativo de PEC apresentado pelo **senador Alessandro Vieira (PSDB-SE)** prevê uma data para a mudança no regime fiscal do País, com o fim do teto. O parlamentar propõe que um **novo arcabouço fiscal** seja instituído até 17 de julho do ano que vem, por meio de lei complementar.

Vieira ressalta que nos últimos quatro anos, período do mandato do presidente Jair Bolsonaro, o Congresso fez diversas alterações na Constituição que criaram **exceções** ao teto de gastos, aprovado em 2016 no governo Michel Temer. “_Ora, uma regra que precisa de exceção em caráter recorrente mostra-se ineficaz e perde a credibilidade_”, afirma o senador.

O texto da PEC de Vieira não sugere qual arcabouço fiscal substituiria o teto, mas **determina que o governo envie ao Congresso um projeto de lei complementar para mudar a âncora fiscal**.

**O prazo de 17 de julho** coincide com a data limite para a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, que serve de base para a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). “_Assim, a LDO 2024 já poderá ser aprovada em consonância com o regime fiscal que vier a ser proposto e aprovado_”, justifica Vieira.