A Páscoa é uma das datas mais celebradas do calendário ocidental — mas também uma das mais mal compreendidas. Para muitos, ela se resume a ovos de chocolate e feriado prolongado. No entanto, do ponto de vista cristão, a Páscoa comemora a ressurreição de Jesus Cristo, três dias após sua crucificação.
É considerada a data mais importante do cristianismo, pois simboliza a vitória da vida sobre a morte e a promessa de redenção. A celebração acontece no domingo seguinte à primeira lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul (ou primavera no hemisfério norte), variando a cada ano.
Muito antes de ser associada à ressurreição de Cristo, a Páscoa já era celebrada pelo povo judeu. No hebraico, Pessach significa passagem — e remonta à libertação dos hebreus da escravidão no Egito. Em ambos os casos, a palavra-chave é essa: passagem, seja de um estado a outro, de uma condição de opressão ou morte para uma nova possibilidade de vida.
O calendário moderno, com sua pressa crônica, pouco nos permite refletir sobre o tempo e suas passagens. A Páscoa interrompe essa lógica. Ela propõe um intervalo. Seja nos rituais religiosos ou nas reuniões familiares, existe uma fresta de pausa que nos permite respirar e pensar: no que precisa morrer em nós, e no que pode — enfim — florescer.
Tradições populares
Com o passar dos séculos, a Páscoa também incorporou símbolos pagãos ligados à fertilidade e à chegada da primavera no hemisfério norte, como o coelho e os ovos coloridos — que depois foram adaptados ao chocolate. Essas tradições se popularizaram no século XIX, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, e hoje fazem parte da celebração em diversos países.
Apesar da conotação comercial, esses elementos também carregam significados: o ovo representa o nascimento e o coelho, a fertilidade. Ambos remetem à ideia de vida nova — algo que dialoga com a mensagem central da Páscoa em diferentes culturas e crenças.