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Para Lula, novo PAC marca o começo do seu terceiro mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (11), durante o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o ato marca o começo de seu governo. Ele também usou o discurso para cobrar seus ministros. “O PAC é o começo do nosso terceiro mandato. Porque a partir do PAC ministro vai parar de ter ideia. Ministro vai ter que cumprir o que foi aprovado aqui e trabalhar muito para que a gente possa executar esse PAC”, declarou o presidente da República.

 

Lula também fez um elogio a sua equipe de auxiliares. Disse que os ministros do início de seu novo mandato são mais “afiados” do que os que tinha na primeira vez em que foi presidente. Citou a experiência de vários deles como governadores. Mencionou nominalmente Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social que governou o Piauí por quatro mandatos.

 

O presidente da República disse que o novo PAC prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão, mas que poderá passar de R$ 2 trilhões. “Se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad abrir um pouco a mão, pode até ter mais dinheiro para fazer coisa no País”, declarou o presidente. Ele disse que não deixará a “austeridade fiscal quase obsessiva” bloquear os anseios da população.

 

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Relação política
No mesmo evento, Lula afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sempre será um adversário, mas que é necessário ter boa relação com ele. A fala foi uma espécie de desagravo ao deputado, que estava na solenidade e foi vaiado por apoiadores de Lula. Também foi vaiado o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro

 

“Arthur Lira é nosso adversário político desde que o PT foi fundado. Ele era nosso adversário e vai continuar sendo adversário”, disse Lula. Segundo ele, em época de campanha os atritos são normais, mas quando cada um assume seu cargo é necessário conviver. 

 

“Ele não está aqui como Arthur Lira, ele está aqui como presidente de uma instituição que o Poder Executivo precisa mais dela do que ela do Poder Executivo. Não é o Lira que precisa de mim. Eu é que mando os projetos feitos pelos ministros, pela sociedade. Eu é que preciso dele para colocar em votação”, declarou o presidente da República.

 

Lula e Arthur Lira estão em uma arrastada negociação sobre a entrada do Centrão no governo. Já está certo que serão ministros André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), mas falta decidir em quais pastas eles entrarão.

 

O presidente da República também fez um desagravo a Cláudio Castro, aliado de Jair Bolsonaro. “O governador do Rio de Janeiro não está aqui porque ele quer estar aqui, ele está aqui porque nós convidamos”, disse Lula. “Eu me sentiria muito deprimido se um dia eu fosse num ato em Goiás, convidado pelo Caiado, e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido. Não é o governador ou o deputado que está aqui, ou o vereador, é a instituição do Estado”, declarou o presidente da República.

 

Ausências 
Governadores de direita aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceram ao lançamento do novo PAC. Tarcísio de Freitas (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Jorginho Mello (Santa Catarina) alegaram agendas conflitantes e ficaram de fora da foto oficial ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

 

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (União), que levou um “puxão de orelha” de Lula pela atuação da Polícia Militar fluminense, sentou-se nas primeiras fileiras. Apesar do “climão” entre os dois, as arestas começaram a ser aparadas no mesmo dia em um jantar oferecido pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). O prefeito carioca trabalha para se aproximar de Castro com vistas às eleições municipais do ano que vem.

 

Para não fechar as portas do Rio ao governo federal, Castro quer manter uma boa relação com o governo petista. Nesta semana, ele foi à Brasília e se encontrou com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Camilo Santana (Educação). Desde a eleição do ano passado, o chefe do Executivo fluminense dá sinais de afastamento do bolsonarismo.

 

Zema, que defendeu a atuação conjunta dos Estados do Sul-Sudeste na atração de investimentos e na coordenação política, não compareceu ao evento. A assessoria do governador não informou o motivo da falta. Já Tarcísio de Freitas enviou seu vice-governador, Felício Ramuth. Jorginho Mello (PL) foi representado pelo secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, Jerry Comper.

 

Outro aliado de primeira hora de Bolsonaro, Ratinho Júnior alegou que não participaria do lançamento do PAC sob a justificativa de agendas no interior do Paraná. O secretário chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega, representou o governo do Paraná. Eduardo Leite também ficou de fora da cerimônia. 

 

Apesar dos governadores de três dos maiores Estados do País não terem comparecido ao encontro de Lula, nomes como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do Amazonas, Wilson Lima, que apoiaram Bolsonaro na última eleição, ocuparam a primeira fila do teatro e receberam Lula com apertos de mão e abraços na entrada do presidente no evento.

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