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Para a PF, hacker Delgatti indica ter recebido R$ 40 mil de Zambelli

Delgatti acusou Carla Zambelli como suposta mandante e financiadora da invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre setembro e dezembro de 2022

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Walter Delgatti Neto, mais conhecido como o “hacker da Vaza Jato”, compareceu à sede da Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (16), em Brasília (DF) para depor aos investigadores. 

 

A defesa do hacker relatou que, durante o depoimento, Delgatti apresentou uma cópia de uma conversa com assessores da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), fornecendo indícios de um pagamento aproximado de R$ 40 mil. As informações são do Metrópoles.

 

O advogado Ariovaldo Moreira, representante de Delgatti, afirmou que ele teria levado “provas de que recebeu valores da Carla Zambelli. Segundo Walter, o valor chega próximo a R$ 40 mil. Foi próximo a R$ 14 mil em depósito bancário. O restante, em espécie. [Para] invadir qualquer sistema do Judiciário”, frisou.

 

A defesa afirmou que Delgatti reiterou a mesma versão de seu depoimento anterior à aos investigadores, que ocorreu em São Paulo, no início deste mês, e também apresentou novas evidências para fortalecer sua versão.

 

Em declarações anteriores, Delgatti acusou Carla Zambelli como suposta mandante e financiadora da invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre setembro e dezembro de 2022. 

 

Além disso, o advogado confirmou um encontro entre Delgatti e o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada, quando o agora ex-chefe do Executivo teria perguntado sobre a possibilidade de invadir urnas eletrônicas com o código-fonte.

 

Sobre a perspectiva de um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, Moreira declarou que, “neste momento”, não houve avanços nesse sentido.

 

Prisão

Delgatti encontra-se detido desde 2 de agosto, sob investigação por invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos.

 

A PF também está investigando alegações de que Delgatti se reuniu com indivíduos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro no ano anterior, alegadamente com o propósito de deslegitimar as eleições presidenciais de 2022. A deputada federal Carla Zambelli é uma das pessoas apontadas como tendo intermediado trabalhos com o hacker.

 

Delgatti chegou a Brasília sob escolta policial, após ser transportado de Araraquara (SP), onde estava sob custódia. Ele permanecerá na superintendência da PF durante a noite antes de depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O investigado solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de permanecer em silêncio.

 

Aos autores da reportagem, a defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP) comunicou, em nota, que se manifestará após ter pleno conhecimento do conteúdo dos autos, rejeitando todas as acusações de conduta ilícita e imoral por parte da parlamentar, incluindo negativas de qualquer pagamento ao hacker mencionado.