O papa Francisco, de 88 anos, retornou ao Vaticano no último domingo (23) após uma longa recuperação de 38 dias no hospital Gemelli, em Roma, devido a uma pneumonia dupla. A doença, que quase custou sua vida, o levou a sérias crises respiratórias, colocando sua sobrevivência em risco em várias ocasiões. Em uma entrevista publicada nesta terça-feira (25) seu médico, Sergio Alfieri, em um dos momentos críticos, a equipe precisou decidir entre interromper os tratamentos ou continuar, arriscando danos aos órgãos vitais de Francisco. Felizmente, o papa reagiu positivamente ao tratamento, e a infecção pulmonar começou a ceder.
“Tivemos que escolher se pararíamos por ali e o deixaríamos ir, ou se iríamos em frente e o forçaríamos com todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o maior risco de danificar seus outros órgãos”, disse Alfieri ao jornal Corriere della Sera, da Itália.
Durante o tratamento, que incluiu a administração de medicamentos agressivos e terapias de suporte, o pontífice foi mantido sob vigilância constante. Em todo o período de internação, o papa teve quatro crises respiratórias severas, das quais duas foram particularmente críticas. A equipe médica, no entanto, decidiu seguir adiante com o tratamento, orientada por seu enfermeiro pessoal, Massimiliano Strappetti, que insistiu em não desistir. Graças à persistência dos profissionais de saúde e à resposta do corpo de Francisco, a infecção foi controlada, permitindo sua recuperação gradual.
Sobre a primeira aparição pública do papa desde que entrou no hospital, quando Francisco apareceu em uma varanda do hospital no último domingo (23), Alfieri disse que esse foi o momento do tratamento do papa que mais o impressionou.
“Eu o vi sair do quarto no 10º andar do Gemelli vestido de branco. Foi a emoção de ver o homem se tornar novamente o papa”, disse o médico.
Tratamento constante
Agora em sua residência, a Casa de Santa Marta, o papa segue em reabilitação, realizando sessões de fisioterapia, especialmente focadas na recuperação de sua capacidade respiratória e vocal. O Vaticano informou que ele também continua com o tratamento farmacológico, mas que suas atividades públicas ainda são limitadas.
Apesar disso, Francisco tem continuado a realizar algumas atividades “profissionais”, como concelebrar a missa, embora não tenha recebido visitantes fora de seu círculo íntimo nos últimos dias. O pontífice permanecerá convalescente por pelo menos dois meses e provavelmente não presidirá a tradicional audiência geral desta quarta-feira, nem a oração do Angelus no domingo.
A recuperação de Francisco tem sido marcada pela prudência, com os médicos recomendando repouso absoluto durante o processo. Com o risco de vida praticamente superado, o papa Francisco, que passou por uma das crises de saúde mais graves de seu papado, agora se concentra na recuperação total, sem pressa para retornar ao ritmo exigente de suas funções.