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Paixão de Cristo: Fé e emoção marcam encenação no Morro da Capelinha

Evento que é tradição no DF recebeu aporte de R$ 1,6 milhão
Consolidado como uma tradição brasiliense, o espetáculo cênico da via-sacra é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do DF desde 2008 | Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília
Consolidado como uma tradição brasiliense, o espetáculo cênico da via-sacra é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do DF desde 2008 | Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília

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Milhares de fiéis acompanharam a tradicional via-sacra no Morro da Capelinha, em Planaltina, nesta Sexta-feira Santa (29). A 51ª edição da encenação da Paixão de Cristo reuniu 1,4 mil voluntários, sendo 1.100 só de atores e figurantes e 300 membros da equipe técnica, e contou com investimento de R$ 1,6 milhão do Governo do Distrito Federal (GDF). Estima-se que mais de 100 mil pessoas tenham passado pelo evento.

Diferentemente de outras edições, a deste ano ocorreu em um dia ensolarado, sem chuva. A celebração da Santa Cruz abriu a programação, presidida pelo cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília. A encenação da Paixão de Cristo começou em seguida, levando milhares de fiéis na peregrinação à jornada do Messias, de acordo com a história bíblica, cheios de emoção, fé e esperança.

Esta foi a segunda vez que a estudante Daniela Jesus Souza, 27 anos, participou do evento. “Há quatro anos estive aqui e foi um momento muito maravilhoso. Como fiquei grávida, não consegui vir de novo, porque é cansativo subir com criança pequena, e depois veio a pandemia. Mas estou feliz em voltar e trouxe a minha filha para ver esse momento de fé”, disse. “Acho muito importante mostrar para ela o verdadeiro significado da Páscoa, que não é só um coelho e ovo, mas sim a morte e a ressurreição de Cristo”, completou.

Há oito meses morando em Vicente Pires, o advogado carioca Valmir Santana, 52, ficou impressionado com a dimensão da encenação. “Já tinha visto na televisão e achei por bem vir conhecer. Apesar do calor, está tudo ótimo”, opinou ele, que fez elogios à organização. “Muito bem-policiado, ou seja, a gente está num ambiente seguro, um ambiente de paz, isso é muito legal.”

A via-sacra do Morro da Capelinha nasceu de um sonho do padre Aleixo Susin, antigo pároco de Planaltina que faleceu em 2021, aos 92 anos. Consolidado como uma tradição brasiliense, o espetáculo cênico da morte e ressurreição de Jesus Cristo é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do DF desde 2008, pelo Decreto nº 28.870/2008, e foi incluído no calendário oficial de eventos da capital federal em 1986. A primeira montagem ocorreu em 1973.

Aproximadamente 100 mil pessoas assistiram a encenação este ano | Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília
Aproximadamente 100 mil pessoas assistiram a encenação este ano | Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília

O secretário de Turismo, Cristiano Araújo, destacou que o evento fortalece a economia local, além de ser um marco cultural. “A via-sacra já é um evento consolidado no Turismo Religioso de Brasília, e a cada ano percebemos que os fiéis e a população de Planaltina se empenham para que a festa seja um sucesso. Estamos trabalhando para que a estrutura, a organização e o reconhecimento dessa celebração se tornem os maiores do país”, afirmou.

O administrador regional de Planaltina, Wesley Fonseca, avalia que mais de 100 mil pessoas participaram da encenação. Ele ressaltou o empenho conjunto do GDF no apoio logístico do evento, garantindo que as pessoas pudessem manifestar sua fé e promessas com tranquilidade.

“Esse espetáculo conta com toda a equipe do governo. Nós colocamos as máquinas da administração para preparar o caminho dos artistas, das pessoas que estão trabalhando e da população. Então, teve todo um aparato do governo para que esse evento fosse cada vez melhor e se tornasse um dos eventos de maior público a céu aberto em uma única apresentação no Brasil”, comentou o administrador.

As apresentações da Semana Santa começaram no Domingo de Ramos, celebrado no último dia 24, junto à via-sacra das crianças. Nessa quinta-feira (28), ocorreu a Última Ceia, que representa a última refeição que Jesus Cristo dividiu com os apóstolos em Jerusalém antes de sua crucificação, e a Paixão de Cristo, realizada nesta sexta (29), em que o Messias é levado a julgamento.

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