A morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), primeiro dia da Oitava da Páscoa, gerou comoção entre fiéis e lideranças católicas em todo o mundo. Em Brasília, padres destacaram a espiritualidade, humildade e o compromisso social do pontífice argentino, que liderou a Igreja Católica por 12 anos.
Eles expressaram gratidão pela vida de Francisco e pediram orações pelo seu descanso, reconhecendo nele um pastor que reformou a Igreja não apenas com palavras, mas com gestos concretos de humildade e proximidade com os mais simples.
Para o padre Edinaldo Castro, da Paróquia São Mateus, a data da morte de Francisco é carregada de simbolismo. “Morre Francisco, na data mais expressiva para os católicos, no início da semana que celebram a ressurreição de Cristo”, afirmou. Ele lembrou o espírito reformador do papa e sua atenção às questões sociais, destacando o gesto simples de continuar usando os sapatos feitos por um sapateiro argentino, que os fazia há 40 anos. “Tudo em Francisco refletia sua simplicidade. Todos os seus gestos mostram a grandeza do seu coração e o amor ao próximo“, completou o sacerdote.
Já o padre Iran Preusse, da Paróquia Santo Cura D’Ars, ressaltou a espiritualidade do pontífice e sua última bênção Urbi et Orbi ao mundo. “Hoje, após 12 anos à frente da Santa Igreja Católica, no primeiro dia da Oitava da Páscoa, o Santo Padre fez sua passagem em direção à eternidade“, disse. Ele também citou uma das mensagens marcantes de Francisco: “Entre tantas coisas que passam, o Senhor quer nos recordar o que ficará para sempre: o amor, porque Deus é amor”.
“Que possamos rezar por sua Santidade falecido hoje como também render graças ao Bom Deus pela sua vida tão bem servida a Deus e a Santa Madre Igreja“, completou.
O padre da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Vanilson Lima, também se manifestou. “Foi com pesar que o mundo despertou hoje. O papa Francisco fez jus ao nome. Um homem universal. Aproximou a igreja do povo e gerou diálogo na diversidade das crenças”, ressalta.
De acordo com ele, o papa foi um “reformador de nosso tempo” e alguém que soube transmitir a simplicidade da fé: “Certamente ganhamos, no céu, um intercessor“, completa.
Em todo o Brasil, o clima é de comoção e agradecimentos na Igreja Católica. O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes realizou uma missa e prestou um tributo emocionado ao papa. “Esse papa é muito humano. Ele não esconde as coisas. Foi muito sincero nos seus gestos, no seu rosto, e também nas lágrimas que chorava pelas guerras, pelos sofrimentos da humanidade”, diz. Dom Orlando lembrou a relação especial de Francisco com o Santuário Nacional de Aparecida, que visitou duas vezes, incluindo na Jornada Mundial da Juventude. “Plantou uma árvore de Pau-Brasil, simbolizando a ecologia. Isso é o humanismo do Papa“, destaca.
O arcebispo ainda valorizou os pequenos e grandes gestos do pontífice — desde a escolha por vestes simples e iniciativas como a Economia de Francisco e o Pacto Global pela Educação — e reforçou que Francisco foi um papa ‘pé no chão’: “É um papa que realmente dialogou com a humanidade e principalmente sofreu as dores da humanidade“, analisa.
“Não vamos só admirar e dizer que este pontificado vai deixar saudades. Vamos já hoje rezar pelo novo papa“, completa Dom Orlando, emocionado.