O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não irá integrar a comitiva brasileira que vai a Nova York, nos Estados Unidos, para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. O titular da pasta tomou a decisão após o governo norte-americano impor restrições ao seu visto diplomático, incluindo a proibição de circular pela cidade.
A informação do cancelamento da viagem de Padilha foi comunicada pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, pesou na decisão do ministro a proibição de participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
“A decisão viola o Acordo de Sede com a ONU e o direito do Brasil de apresentar as suas propostas no mais importante fórum global de saúde para as Américas. O país é uma referência em saúde pública mundial e um dos principais articuladores de ações voltadas à defesa da vacina, da ciência e da vida”, criticou o ministério.
O visto concedido pelas autoridades norte-americanas obrigava Padilha a fazer deslocamentos restritos do hotel para a ONU e para unidades médico-hospitalares, em caso de emergência. Na avaliação do governo federal, tratam-se de “limitações infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro”.
“Não se trata de uma medida de retaliação ao ministro, mas ao que o Brasil representa na luta contra o negacionismo que retira o direito de crianças de se vacinarem e guia os retrocessos relacionados à saúde que a população norte-americana enfrenta”, prossegue o ministério.
Em agosto, o governo dos Estados Unidos comunicou o cancelamento do visto de Padilha, além das autorizações da esposa e da filha, de 10 anos. A medida ocorreu dias após o ministro chamar o presidente norte-americano, Donald Trump, de “inimigo da saúde”, após a Casa Branca impor sanções a servidores vinculados ao programa Mais Médicos. O titular da pasta classificou como “absurda” as medidas adotadas pelos EUA.