Uma paciente em cuidados paliativos realizou o sonho de se casar a cerimônia ocorreu dentro do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Internada desde 16 de janeiro, Maria Célia Ferreira da Silva, 44 anos, teve a chance de realizar um desejo de longa data: celebrar seu casamento de vestido branco e diante de um pastor evangélico.
Diagnosticada com adenocarcinoma invasivo do intestino grosso em estágio avançado, a moradora da zona rural de Brazlândia já era casada no civil com Almir Borges dos Santos, 47 anos, desde 2003.
No entanto, sempre alimentou o sonho de oficializar a união com uma cerimônia simbólica. Com a ajuda da equipe de cuidados paliativos do hospital, esse desejo tornou-se realidade.
A iniciativa mobilizou diversos profissionais, que providenciaram a organização do evento, incluindo maquiagem, vestido branco para a noiva e terno para o noivo.
A celebração, realizada no jardim central do Hran, contou com decoração especial, bolo, salgados e música ao vivo com um violinista. O capelão Marcelo Gouvêa Soares de Melo foi o responsável por conduzir a cerimônia.
Momento de emoção
Visivelmente emocionado, Almir destacou o significado dessa celebração para sua esposa. “Sempre foi um sonho dela. Quando ela chegou aqui e foi internada, perguntaram qual seria a sua maior realização e ela respondeu que queria se casar vestida de noiva”, relatou.
Para ele, participar do momento foi especial e inesquecível. “Para mim, foi muito importante e fico muito agradecido por ter realizado esse sonho. Achei muito bonita a cerimônia”, completou.
Como manda a tradição, Maria Célia finalizou a celebração jogando o buquê. Sua filha, Talita, de 16 anos, foi a sortuda que pegou as flores.
Cuidados paliativos
Os cuidados paliativos têm como objetivo proporcionar conforto e dignidade a pacientes com doenças graves, além de oferecer suporte emocional e assistência às famílias.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 625 mil pessoas necessitam desse tipo de atendimento no Brasil.
Ana Cristina Almeida, fisioterapeuta do Hran e uma das organizadoras da cerimônia, reforçou a importância de proporcionar momentos significativos para esses pacientes.
“Às vezes, as pessoas têm a vida inteira para realizar [um sonho] e não conseguem. Então, a gente [a equipe] acrescenta alguns momentos à vida, podendo ser um dos últimos”, explicou.
Para ela, o trabalho humanizado é essencial para promover conforto e bem-estar. “Quando percebemos que a vida tem um fim e que ele se aproxima, a gente repensa o que é prioridade e o que é importante. Nesses momentos, as pessoas conseguem priorizar e, dessa forma, tentamos, dentro do que é possível, realizar esses sonhos. Isso traz uma alegria que, às vezes, eles não puderam ter em vida”, concluiu.
Com Agência Saúde DF