Os **seios** podem ser considerados um símbolo de **feminilidade** e até relacionados à **autoestima** por muitas mulheres. Por isso, a **retirada da mama** é algo muito delicado e que deve ser tratado com **cuidado**, tanto pelos profissionais envolvidos quanto por pessoas próximas às mulheres que precisam passar por esse procedimento.
O **câncer de mama** é o mais **frequente** entre as mulheres de todo o mundo, inclusive no Brasil. Só em 2020, apareceram aproximadamente 2,3 milhões de casos novos. Segundo a **Agência Internacional de Pesquisa em Câncer** (IARC), a doença é observada com mais frequência nas Regiões Sul e Sudeste.
Para entender melhor sobre esse processo, o **GPS** conversou com a médica do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia, **Alessandra Leite**, que explicou alguns pontos. Quando questionada sobre a **necessidade** do procedimento, ela respondeu: _”Sempre que houver o diagnóstico, a cirurgia é indicada. Ela pode ser feita já como primeira opção, quando o tumor ainda é pequeno. O médico e a paciente precisam conversar muito sobre o procedimento”_.
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O tipo de cirurgia varia de acordo com o **tamanho** e **gravidade** da doença. Em casos mais graves, o tumor pode se **expandir**, comprometendo a axila e os linfonodos. O procedimento mais tradicional é a **mastectomia**, mas ela pode variar entre **parcial** e **radical**.
>”A técnica radical é quando há a retirada de toda a glândula mamária. Ela não é sempre necessária, há algumas indicações, como mutações genéticas ou quando a doença é considerada muito grande. Já a parcial é quando é retirada apenas uma parte, preservando ao máximo a mama”, explica a oncologista.
**Quimioterapia e Radioterapia**
De acordo com Alessandra, a quimioterapia e a radioterapia não **substituem** a cirurgia de retirada do tumor. Sendo assim, esses procedimentos são considerados **complementares**. _”Esses tratamentos podem ser indicados antes ou depois da cirurgia. A necessidade depende do tamanho da doença ou do comprometimento da axila”_, explica.
A médica ainda ressalta que quando o procedimento cirúrgico é do tipo **total**, geralmente não é indicado que o paciente passe por radio ou quimioterapia.
**Recuperação**
No caso da **mastectomia**, o tempo de recuperação depende da **técnica** que foi utilizada, porém, no geral, as pacientes ficam no hospital por cerca de 48 horas e depois vão pra casa, onde os cuidados se estendem por uma média de duas ou três semanas. _”Nesse processo, é imprescindível o acompanhamento por profissionais”_, afirma a médica.
**Prótese**
Após a cirurgia oncológica, algumas pessoas optam pela **reconstrução mamária**, principalmente visando a melhora na **autoestima**, que pode ficar comprometida em decorrência do procedimento. É possível realizar a reconstrução no momento da mastectomia ou depois.
Além disso, a médica destaca que a colocação do silicone e o tipo de prótese depende do tamanho da cirurgia, da técnica utilizada e da **anatomia** de cada paciente.
>”Se a doença tiver um comprometimento maior, em muitos casos, a mulher precisará fazer uma radioterapia mesmo após a cirurgia. Quando isso acontece, é preferível colocar a prótese chamada de expansora e, em um segundo momento, colocar a definitiva”, esclarece Alessandra.
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**Acompanhamento psicológico**
A retirada da mama é permeada por **tabus** e **estereótipos** sociais. Por isso, passar por esse processo pode levar ao desenvolvimento de angústias, medos e questionamentos, principalmente no que diz respeito à sua própria **identidade** feminina e em relação à sua **aceitação** social.
Os **sentimentos negativos** diante da doença e **tratamento** podem evoluir para quadros de **ansiedade** grave e até mesmo **depressão**. Ainda, estudos apontam que problemas psicológicos podem reduzir a **responsividade** do sistema imunológico, além de possibilitar um aumento na taxa de não adesão ao tratamento. Sendo assim, o **acompanhamento psicológico** também é indispensável nesse momento.
Vale ressaltar que mesmo após a retirada da mama, a paciente precisa continuar com o **acompanhamento** constante com o oncologista por, no mínimo, cinco anos. Segundo a médica, o risco de haver uma **reincidência** do tumor é muito pequeno, porém é possível.