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Outubro Rosa: médica tira dúvidas sobre câncer de mama

Outubro, o mês cor de rosa, é conhecido mundialmente pela Conscientização Sobre o Câncer de Mama. Segundo pesquisa do INCA Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, a capital pode ter, entre 2023 e 2025, 3.090 novos casos. 

Mas, o dado ainda mais preocupante é que 2/3 das brasileiras só fazem exames quando são estimuladas por médicos ou campanhas de conscientização, segundo pesquisa da Datafolha.

Nesse Outubro Rosa, para tirar dúvidas sobre o câncer de mama, o GPS conversou com Patrícia Schorn, coordenadora do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia, e especialista em câncer de mama. Olha só:

 

Quais são os primeiros sinais do câncer de mama em mulheres? 

Na maioria absoluta das vezes, o câncer de mama em estágio inicial não apresenta sintomas. Quando eles aparecem, o mais comum é o nódulo palpável, o famoso caroço na mama. Outros sinais são retração de pele, nódulo palpável em axila, saída de secreção pelo mamilo (as mais importantes são de aspecto sanguinolento ou transparente). 

 

Com que frequência as mulheres devem fazer exames de mama? Esse acompanhamento deve começar com que idade?

Os exames, como mamografia, devem ser feitos anualmente, a partir dos 40 anos. Mulheres que tenham fatores de risco como história familiar de parentes de primeiro grau com câncer de mama iniciam o rastreio aos 35 anos.

 

Quais são os tipos de câncer de mama? Existem “graus”? 

Existem tipos moleculares de câncer de mama que se diferenciam entre si de acordo com o tipo de apresentação, a velocidade de crescimento, a agressividade, entre outras características. Resumidamente, são classificados como laminais, triplo negativo e HER-2. Os graus dependem do volume de doença e o local onde ela está.

 

Quais são as mulheres consideradas de risco elevado para a doença?

As que têm familiares de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama e as que portam mutações genéticas, como a do gene Brca. Essa mutação é hereditária e determina um risco elevado de desenvolvimento da doença ao longo da vida.

 

Fator genético é o mais determinante? 

Vamos esclarecer algo. Todos os câncer são genéticos, pois são causados por mutações em genes que regulam a proliferação celular ou a morte celular. Essas mutações podem ser herdadas ou adquiridas por hábitos de vida. 90% dos câncer são secundários a hábitos de vida. Menos de 10% são hereditários.

 

Quais são as condutas por parte das mulheres que podem gerar um câncer de mama? 

Não se tem uma conduta única. Hábitos que aumentam o risco do câncer de mama são: sedentarismo, ingesta de álcool e tabagismo.

 

É verdade que o uso de anticoncepcional, em algumas mulheres, pode causar câncer de mama? 

O uso do anticoncepcional permanece controverso. Alguns estudos relacionam ao risco e outros não. 

 

Quais são os tratamentos para o câncer de mama?

Os tratamentos incluem cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia, radioterapia e imunoterapia. A escolha ou necessidade de cada um depende do subtipo molecular do câncer e de seu estadiamento, ou seja, do volume ou número de órgãos acometidos.

 

Quando a retirada da mama é a melhor opção?

A única estratégia curativa até o momento é a retirada do câncer. Muitas vezes, para se retirar o câncer e causar a cura da paciente, é necessária a retirada da mama toda. Atualmente, há uma tentativa universal de cirurgias que preservam o seio e retiram apenas a área doente. 

A isso chamamos de mastectomia parcial. As cirurgias parciais ou totais são igualmente curativas, desde que retirem todo o tumor. Porém, em algumas situações, não é possível preservar a mama. Exemplo disso, são as mamas muito pequenas que têm tumores um pouco maiores e tipos de câncer com vários focos e em vários locais da mama. 

 

Depois de curada, como é o acompanhamento que a paciente deve fazer ?

São realizadas consultas periódicas com o mastologista e o oncologista. Cerca de duas vezes ao ano a paciente submete-se a exames de avaliação, como mamografia, ecografia mamária e ou ressonância nuclear magnética das mamas e avaliação dos demais órgãos do corpo.

 

Sobre o autoexame, qual é a maneira correta de realizá-lo?

Ele deve ser feito apenas para educar a paciente, a fim de que ela conheça sua mama. Deve ser feito uma vez ao mês. Na frente do espelho a mulher deve olhar para suas mamas e observar se há diferenças. Colocar as mãos na cintura , elevar os dois braços e continuar observando. 

No banho, com as mãos ensaboadas, deve examinar a mama direita com as polpas dos dedos da mão esquerda com movimentos circulares, observando sempre da axila em direção ao mamilo. Fazer de ambos os lados. O braço ao lado da mama que está sendo examinada deve ser levantado para facilitar o exame.

Esse exame se repete com a mulher deitada. O ideal é que durante o autoexame não se perceba nada além da mama normal, pois, quando há algo palpável, já se tem uma lesão maior do que a que é detectada pela mamografia. Essa é a importância do exame de imagem: detecção precoce. 

 

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