Com a chegada do outono, as baixas temperaturas e o clima mais seco tornam-se aliados para o aumento das doenças respiratórias. Especialistas alertam para o risco maior de infecções, como gripes, resfriados e doenças mais graves, como a pneumonia. A mudança na estação, que traz uma queda na umidade do ar e temperaturas mais amenas, é um cenário ideal para a proliferação de vírus e bactérias que afetam o sistema respiratório.
Iniciada nesta semana no Brasil, a estação é marcada pela instabilidade climática, com dias mais frescos e noites mais frias, favorecendo o ressecamento das vias aéreas e tornando-as mais suscetíveis à ação de agentes indesejados. A combinação aumenta o risco principalmente entre crianças, idosos e pessoas com condições preexistentes, como asma e bronquite.
A polinização de árvores como a carvalheira, o plátano e o cipreste, comuns nesta estação, pode desencadear crises alérgicas, agravando problemas respiratórios. A quantidade de ácaros e fungos também tende a aumentar com o clima mais úmido.

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“No outono, Brasília entra em transição entre a estação chuvosa e a seca. As chuvas diminuem, a umidade do ar começa a cair, e a poeira e os poluentes ficam mais concentrados no ambiente. Esses fatores ressecam as vias respiratórias e aumentam a predisposição a crises alérgicas, além de facilitar infecções respiratórias”, explica o pneumologista William Schwartz.
Além disso, nesta estação, as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados, o que facilita a transmissão de vírus como o da gripe e da covid-19. A aglomeração de indivíduos em espaços pouco ventilados é um cenário ideal para a propagação dessas doenças.
De acordo com o pneumologista, quem tem rinite, sinusite e asma sofre mais com o início da seca e o aumento da poeira. “Muitos pacientes começam a apresentar sintomas respiratórios frequentes, como espirros, nariz entupido, tosse seca e chiado no peito. Também podem surgir as primeiras infecções virais, como gripes e resfriados”, observa.
Ele também explica a diferença das duas estações mais frias. “No inverno, há um aumento importante das infecções respiratórias, como gripes, resfriados mais intensos, bronquites e até pneumonias. Pacientes com doenças crônicas, como DPOC ou asma grave, também tendem a descompensar com mais frequência. É comum vermos internações por quadros infecciosos nesse período”, analisa Schwartz.
Cuidados

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O impacto da nova estação nas doenças e alergias respiratórias pode ser evitado com medidas simples de prevenção. Para prevenir crises alérgicas, segundo William Schwartz, o ideal é manter os ambientes ventilados e limpos, evitar acúmulo de poeira e uso excessivo de aromatizantes ou produtos químicos fortes.
“A hidratação também é fundamental, assim como manter o uso regular dos medicamentos para quem já tem diagnóstico de doenças respiratórias. Quem tem doenças respiratórias deve manter o acompanhamento regular com o pneumologista para prevenir crises e ajustar o tratamento conforme a estação”, recomenda o especialista.
Além disso, a hidratação constante, o uso de roupas adequadas para a temperatura e a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a prevenir doenças respiratórias.