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Ortopedista explica lesão mais comum na coluna causada por exercícios físicos

Postura errada e peso em excesso durante treinos estão entre os principais geradores da hérnia discal, um dos principais diagnósticos no consultório
Rodrigo Lima
Rodrigo Lima (Foto: JP Rodrigues)

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Exercícios executados de forma errada e com sobrecarga com o intuito de atingir um ganho de massa muscular mais rápido são cenas comuns em academias. No entanto, esse hábito pode trazer graves prejuízos à saúde da coluna, sendo o principal deles a hérnia discal, que ocorre quando há um extravasamento das estruturas intervertebrais cartilaginosas em forma de anel, que evitam o atrito entre uma vértebra e outra. Quem faz o alerta é o ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Rodrigo Lima.

“Quando uma pessoa expõe a vertebra a uma carga muito elevada e também quando faz movimento inadequados, impacta diretamente a coluna, podendo gerar uma ou mais lesões nos discos intervertebrais. Com isso, um dos problemas mais comuns que ocorre é a hérnia de disco, que comprime os nervos e a medula espinhal, exigindo um tratamento adequado para redução da dor”, explica o médico.

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Foto: Freepik

Segundo ele, quando ocorre essa lesão, o tratamento pode ser feito de forma invasiva, apenas com a prescrição de repouso, anti-inflamatórios e reabilitação fisioterapêutica. Já nos casos mais graves, como hérnias extrusas, que ocorrem devido à protrusão do disco, associado ao déficit neurológico, o tratamento cirúrgico deverá ser indicado.

“Geralmente, quando a dor persiste por um mês ou mais, é necessário um tratamento um pouco mais invasivo. Mas tudo depende muito do tipo das características da hérnia, como o volume, acometimento e, principalmente, sintomas que ela causa no paciente. Um dos sinais de que é necessário ter um tratamento cirúrgico é a dor lombar intensa que irradia para a perna. Isso porque é indicativo de que já houve o acometimento do nervo ciático ”, diz, ao contabilizar que apenas 10% a 15% dos pacientes precisam de procedimentos cirúrgicos.

Rodrigo Lima explica que, mesmo quando há indicação cirúrgica, a tecnologia existente permite a realização de procedimentos bem menos invasivos, em que o paciente pode ter alta hospitalar até no mesmo dia e, até mesmo, voltar a fazer as caminhadas e uma reabilitação mais precoce. “Hoje, temos cirurgias neuronavegadas para tratar a hérnia discal. Diferente de antigamente, quando era feito um corte grande na pele e tecidos, hoje é possível operar por intermédio de uma incisão de meio centímetro para fazer a ressecção da hérnia em um período curte de aproximadamente 40 minutos”, finaliza.