A oposição ao governo de Ibaneis Rocha (MDB) reagiu, nesta terça-feira (19), após a Câmara Legislativa (CLDF) ter aprovado, por 14 votos a favor e 7 contrários, o projeto que autoriza a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em operação que deve envolver a cifra de R$ 2 bilhões. O texto foi aprovado em dois turnos e seguirá para a sanção do chefe do Executivo, conforme determinado pela Justiça.
Com a aprovação, o BRB poderá adquirir 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master, em operação que ainda será submetida ao crivo técnico do Banco Central. Por isso, o líder da oposição, deputado Fábio Felix (PSol), classificou a aprovação como um golpe contra a transparência.
“Absurdo! Por 14 votos a favor e 7 contra, a maioria da CLDF acaba de aprovar um cheque em branco pro BRB comprar o falido Banco Master. Eu votei contra! Ibaneis atropelou o parlamento e a proposta foi aprovada sem transparência e sem escuta da sociedade. Quem vai pagar a conta dessa manobra é a população do DF”, disse.
A reação contrária ao projeto foi marcada por outros discursos e posicionamentos duros de adversários. Na tribuna, por exemplo, a deputada Paula Belmonte (Cidadania) usou um banco de plástico como metáfora para criticar a operação com o banco que poderá ser adquirido.
Estão tentando nos convencer de que se trata de um banco de couro, bonito, que atenderia todo mundo. Mas, na prática, o que se está comprando é um banco de plástico, que não vale nada. Não existe um dado que nos dê segurança sobre essa operação de R$ 2 bilhões.”
Também contrário ao texto, o deputado Max Maciel (PSol) acusou a base governista de evitar o debate público.
A base governista não teve coragem de defender o projeto em público, mas ainda assim rejeitou nosso pedido para adiar a votação. Isso mostra que o governo tem pressa apenas quando se trata de onerar o poder público. Imagina se essa pressa fosse usada para nomear concursados, reduzir as filas nos hospitais ou garantir melhorias reais para o povo do DF?”, provocou.
O deputado Chico Vigilante (PT) afirmou que a oposição conseguiu limitar pontos considerados mais perigosos do projeto, mas manteve posição contrária à compra.
Desde o início, denunciamos que o projeto transformaria o BRB em um grande bazar, liberando aquisições até no exterior sem qualquer controle. Apresentamos emendas que suprimiram esses artigos, mas votamos contra. O futuro do BRB não pode ser guiado pelos interesses de mercado, mas pelo interesse coletivo.”
O petista também disse que a bancada oposicionista buscou a fiscalização junto ao Banco Central, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Ministério da Fazenda.
Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para garantir respeito ao patrimônio público. Se no futuro se provar que o negócio foi bom, seremos os primeiros a reconhecer. Mas se der errado, ficará claro que alertamos a tempo.”
Comemoração
Ao comentar o resultado da votação para o GPS|Brasília, o governador Ibaneis Rocha (MDB) comemorou a vitória conquistada pela atual base aliada.
Mais uma vez demonstramos que estamos no caminho certo e que cumprimos as decisões judiciais. Agradecer os deputados da base e aguardar com serenidade a decisão do Banco Central”, declarou.
O emedebista também fez questão de ressaltar a presença dos parlamentares da oposição em plenário, o que garantiu o quórum para a análise do texto.
Quero agradecer à oposição, que democraticamente apresentou sua posição e compareceu ao plenário, reforçando ainda mais a legitimidade da votação.”
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