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Oposição critica nomeação de Gleisi e vê “radicalização e isolamento” do governo

Davi Alcolumbre e Hugo Motta afirmam que Lula comunicou a eles a nomeação da presidente do PT para o cargo

A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a indicação da deputada e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para o comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Segundo lideranças no Congresso, o movimento indica uma “radicalização e isolamento” do Executivo e coloca “ideologia e interesses partidários acima do Brasil”.

O líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que a nomeação de Gleisi mostra que o governo “dobra a aposta” num movimento de “radicalização e isolamento”. Marinho disse ainda que o Executivo potencializa erros do passado. “A nomeação de ministros é uma prerrogativa de Lula, e a sinalização dada com a escolha da deputada indica radicalização e isolamento. O PT dobra a aposta e demonstra que não se esqueceu de nada, nem aprendeu com seus erros do passado, que são potencializados no presente e defendidos como dogmas de fé”, afirmou Marinho.

Logo após a indicação ser oficializada por Lula nesta sexta-feira, 28, Marinho citou uma frase atribuída ao ex-imperador da França Napoleão Bonaparte (1769-1821) para dizer que o governo federal havia cometido um erro. “Nunca interrompa seu inimigo, quando ele estiver cometendo um erro. Padrão PT”, afirmou o líder da Oposição no Senado no X (antigo Twitter).

Em nota, o líder da Oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que a escolha de Gleisi para a SRI mostra que o governo Lula está “priorizando interesses partidários” e afirmou que o País corre o risco de também ter a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, como ministra da Casa Civil.

A escolha de Gleisi Hoffmann demonstra que o governo continua priorizando interesses partidários em detrimento do bem comum. Se continuar assim, muito em breve, além da Gleisi na articulação política, corremos o risco de ter a Janja à frente da Casa Civil”, disse Zucco em nota.

Pelo X (antigo Twitter), Zucco compartilhou uma notícia que associou a indicação de Gleisi com a alta do dólar que, nesta quinta-feira, 27, estava cotado em R$ 5,829 e passou para R$ 5,908 às 15h desta sexta. “É isso que acontece quando o governo coloca ideologia e interesses partidários acima do Brasil. O resultado? Dólar sobe, bolsa cai, e a incerteza só cresce. Infelizmente, quem paga são os brasileiros”, afirmou Zucco.

Gleisi tem um perfil mais combativo do que articulador. Ela está na presidência do PT desde 2017 e colecionou embates com políticos que hoje integram a oposição ao governo Lula. Em uma reviravolta, Lula convidou Gleisi para comandar a Secretaria, estratégica para o governo. Ela já estava sendo cotada para integrar a Esplanada, mas para substituir Márcio Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência.

Caberá a Gleisi, por exemplo, negociar os repasses das emendas parlamentares, pivô de uma crise entre Planalto, Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa não é a primeira vez que Gleisi será ministra. Entre junho de 2011 e fevereiro de 2014, ela foi chefe da Casa Civil no primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Alcolumbre foi avisado por Lula
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), disse ter sido comunicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais. Alcolumbre desejou sucesso a Gleisi na missão que terá de coordenar a articulação política do governo.

Fui comunicado pelo presidente Lula sobre sua decisão em nomear a deputada federal Gleisi Hoffmann para o cargo de Ministra das Relações Institucionais. Desejo muito sucesso nessa importante missão de dialogar com o Parlamento. Em nome do Congresso Nacional, reafirmo nosso compromisso em trabalhar sempre em defesa do Brasil”, afirmou, em nota.

Motta destaca boa relação
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), desejou, em suas redes sociais êxito para Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Ele disse que sempre teve “boa relação” com a deputada.

 

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