Falta pouco para as obras do maior programa de captação e escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF) serem concluídas. Nesta semana, os trabalhos avançaram e, agora, os operários se dedicam à escavação dos últimos 100 metros de solo rígido encontrado no andamento do projeto.
Com um investimento de R$ 180 milhões, o Drenar DF foi dividido em cinco lotes que percorrem as imediações da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha), passando pelas quadras da Asa Norte 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando as W3 e W5 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chegando à L4 Norte, próximo ao Setor de Embaixadas Norte. Ao todo, são investidos R$ 180 milhões no programa.
Foi no segundo lote que descobriram, durante a etapa de escavação de um túnel de mais três quilômetros, um solo mais rígido do que o previsto nos estudos iniciais feitos pelas equipes técnicas. Para lidar com o desafio, foi preciso trocar o processo de escavação, que era manual. Os operários usam escavadeiras e furadeiras hidráulicas – equipamentos especializados, munidos de brocas, capazes de perfurar e romper solos resistentes.
“Foram feitos vários estudos técnicos para saber como vencer esse tipo de solo mais rígido. Estamos avançando e em breve todas as frentes estarão concluídas”, diz o diretor-técnico da Terracap, Hamilton Lourenço Filho. “Com isso, foi preciso reforçar os sistemas de ventilação e exaustão nos túneis para remover gases, vapores e poluentes. Os equipamentos de segurança dos operários também foram reforçados.”
Tipos de solo
Diante do desafio de realizar uma obra subterrânea como a do Drenar DF, era de se esperar a identificação de diferentes tipos de solo durante a fase de escavação dos túneis. Desde o início do projeto, que conta com um investimento de R$ 180 milhões, a Terracap realizou estudos para se preparar para o tipo de material que seria encontrado.
Além do solo considerado muito rígido, foram identificados outros dois tipos de solo. O mais comum dele, o solo mole, esteve presente em quase todo o trecho de 7,7 quilômetros que receberá o sistema de drenagem do projeto. Outra categoria também prevista nos estudos era a de um solo pouco rígido. Nos dois casos, os técnicos chegaram à conclusão que a escavação poderia ser manual, com uso de pá, picareta e martelete elétrico.
Avanço das obras
Segundo o último boletim do Drenar, dos 7,7 km de túneis, foram escavados 7,6 km. Ao todo, serão instaladas 291 bocas de lobo, das quais 235 já foram finalizadas. Os dispositivos são responsáveis pela coleta e direcionamento da água da chuva para a rede de escoamento, evitando alagamentos e enchentes.
Dos 108 poços de visita (PVs) projetados, todos tiveram a escavação e montagem concluídas. As estruturas verticais possibilitaram a escavação das galerias, por onde passará a água captada pelo sistema de drenagem, com incômodo mínimo para a população.