A Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou nesta quarta-feira (19) que 2024 foi o ano mais quente em 175 anos de registros, com temperaturas superando em 1,5°C os níveis do período pré-industrial (1850-1900).
“Embora um único ano de aquecimento superior a 1,5 °C não indique que os objetivos de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris estejam fora de alcance, é um sinal de alerta de que estamos aumentando os riscos para as nossas vidas, economias e para o planeta”, alerta a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.
O recorde de aquecimento é atribuído principalmente ao aumento das emissões de gases de efeito estufa e à alternância entre os fenômenos El Niño e La Niña. Além disso, o relatório revelou níveis de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso mais elevados nos últimos 800 mil anos. As mudanças também são evidentes nos oceanos, que absorvem 90% do calor retido, apresentando a taxa de aquecimento mais alta dos últimos 65 anos, além de uma elevação acelerada do nível do mar.
O impacto dessas mudanças climáticas foi observado no derretimento das calotas polares e nas crises alimentares em 18 países, agravadas por fenômenos climáticos extremos e conflitos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou sobre a urgência de ações para limitar o aquecimento global, destacando as energias renováveis como uma solução viável para enfrentar essa crise.
Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, esses são sinais de alerta emitidos pelo planeta, mas o relatório também mostra que ainda é possível limitar o aumento da temperatura global em longo prazo.
“Os líderes têm de tomar medidas para que isso aconteça, aproveitando os benefícios das energias renováveis baratas e limpas para as suas populações e economias, com os novos planos nacionais para o clima que deverão ser apresentados este ano”, afirmou.