A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interromper o financiamento de programas voltados para o tratamento do HIV. Segundo a entidade, a medida representa uma “ameaça global” e pode comprometer a vida de milhões de pessoas que dependem desses recursos.
Os repasses dos Estados Unidos beneficiam populações de baixa e média renda em diversos países, incluindo o Brasil. Entre os programas afetados está o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da AIDS (PEPFAR, na sigla em inglês), que fornece terapias antirretrovirais essenciais. A OMS estima que mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo podem ter seu acesso ao tratamento comprometido.
Criado em 2003, o PEPFAR atende mais de 50 países e já salvou mais de 26 milhões de vidas, incluindo 566 mil crianças menores de 15 anos. Diante do impacto da decisão, a OMS apelou ao governo americano para que estabeleça isenções que garantam a continuidade dos cuidados e tratamentos para os portadores do HIV.
Saída dos EUA da OMS
A medida ocorre em um contexto de atrito entre os Estados Unidos e a OMS. Em 20 de janeiro, ao assumir a presidência, Trump anunciou a retirada do país da organização, justificando a decisão com críticas à “má gestão” da pandemia de COVID-19 por parte da entidade. O rompimento marcou uma das mais significativas mudanças na política de saúde global dos EUA nos últimos anos.