Há menos de um ano para a abertura de Paris-2024, o príncipe soberano Albert II de Mônaco, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e presidente da Comissão de Sustentabilidade e Legado, emitiu uma carta em nome da entidade nesta segunda-feira para garantir que a próxima edição dos Jogos Olímpicos será a mais sustentável da história.
Confiante em resultados positivos ao longo de Paris-2024, Albert de Mônaco II revelou que os franceses querem assumir o primeiro lugar em reduções de emissões de carbono em grandes eventos esportivos e que o país incentivará a conservação de energia, inovação e criatividade.
“Em menos de um ano, o mundo se reunirá para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Vivemos em um mundo turbulento e polarizado, e unir as pessoas em torno do esporte, acima das divisões políticas e sociais, é necessário mais do que nunca. Ao mesmo tempo, com o aumento das mudanças climáticas, a pegada dos Jogos Olímpicos é uma preocupação válida que precisa ser abordada”, afirmou. “Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris 2024 estão avançando para esse desafio mais do que quaisquer Jogos anteriores. E eles estão fazendo isso concentrando-se em primeiro lugar na redução de emissões.”
O planejamento do Comitê Organizador do evento visa reduzir pela metade as emissões de carbono em comparação com a média de Londres 2012 e Rio 2016. “Essa meta reflete a Agenda Olímpica 2020+5 do COI e o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, que os governos mundiais assinaram em 2015.”
Tóquio-2020 já se destacou pelas ações sustentáveis e, de acordo com Albert de Mônaco II, a redução de carbono se tornará um requisito contratual para todos os anfitriões olímpicos.
“A partir de 2030, o Contrato da Sede Olímpica estabelece requisitos obrigatórios para minimizar as emissões diretas e indiretas de carbono. O mesmo contrato também obriga os organizadores dos Jogos a incentivar as partes interessadas a tomar medidas contra as mudanças climáticas”, disse.
Paris-2024 está evitando novas construções. Aproximadamente 95% dos locais serão instalações preexistentes, reformadas e modernizadas, ou estruturas temporárias. Os locais foram especificamente escolhidos para que possam ser acessados por transporte público. A cidade também está estabeleceu novos padrões de sustentabilidade para grandes eventos esportivos, incentivando a conservação de energia, inovação e criatividade.
“Estes serão os Jogos Olímpicos de uma nova era, alimentados por 100% de energia renovável, principalmente eletricidade limpa, mas também biogás. Todos os sites serão conectados à rede pelo operador de rede Enedis e fornecidos pela EDF com eletricidade renovável proveniente de parques eólicos e solares”, revelou o dirigente.
Segundo o COI, o não utilização de geradores a diesel permitirá a redução equivalente a 13 mil toneladas de emissões de carbono. Tais soluções seguirão em vigor após os Jogos, permitindo que outros eventos também reduzam suas emissões.
Os organizadores ainda prometem servir 13 milhões de refeições e lanches de maneira mais sustentável. A meta é uma média de 1kg de CO 2 por refeição, em comparação com a média francesa de 2,3kg, com 80% dos ingredientes sendo de origem francesa e, pelo menos 30%, orgânicos. Produtos à base de plantas serão dobrados, enquanto haverá a redução do uso do plástico pela metade.
“Embora atualmente não haja soluções para eliminar totalmente a pegada de carbono de grandes eventos, Paris-2024 mostrará como isso pode ser reduzido, estabelecendo um caminho claro para unir o mundo de uma maneira muito mais sustentável. Com sua visibilidade fascinante, os Jogos já servem como uma incubadora de soluções sustentáveis que podem ser aplicadas e posteriormente integradas por eventos esportivos em todo o mundo”, afirmou, confiante, Albert de Mônaco II.