Uma discussão sobre etarismo e liberdade em forma de poesia. O Último Azul acompanha a personagem Teresa, uma mulher produtiva, independente, que trabalha e vive de seu próprio sustento. Numa interpretação arrebatadora de Denise Weinberg, Teresa de repente é surpreendida por uma lei imposta por um governo autocrata, num Brasil distópico (e não muito distante), em que idosos com mais de 75 anos são afastados da sociedade e obrigados a conviver em uma colônia isolada.
Para escapar dessa imposição, ela planeja uma fuga. Seu sonho é viajar de avião, o que alegoricamente, representa um voo à procura de independência e liberdade. A beleza de O Último Azul descreve essa viagem de Teresa, um processo sensível e poético de redescobrir seu próprio valor, surpreendendo-se com o vigor e a coragem que nela estavam adormecidos.
As participações especiais são incríveis: Rodrigo Santoro confirma sua versatilidade interpretando Cadu, irreconhecível no papel, e arrebatador na intensidade com que o vive. Miriam Socarrás, de 83 anos, é a outra participação significativa, uma atriz ativa no teatro e na TV cubana, que interpreta a personagem Roberta.
A fotografia traduz-se em poesia visual, passeando por rios e comunidades ribeirinhas de uma Amazônia desconhecida, longe dos panfletos turísticos.
A direção sensível de Gabriel Mascaro imprime à busca de Teresa pela liberdade um passeio com sabores, cheiros e vozes que convidam o espectador a uma imersão, nesse cenário único.
O Último Azul chega aos cinemas brasileiros com a chancela do Urso de Prata, o segundo maior prêmio do Festival de Berlim.
E como já disse Rodrigo Santoro em várias entrevistas: “É possível ver beleza em toda as idades”. O Último Azul estreia no dia 28 de agosto nos cinemas.